Cristãos na Eritreia / Foto: Reprodução
ERITREIA – A ONU expressou séria preocupação sobre a
repressão aos cristãos na Eritreia após o fechamento de centros de saúde e uma
série de prisões arbitrárias.
As autoridades recentemente apreenderam centros de saúde
administrados por católicos sem aviso prévio e removeram funcionários que se
recusaram a dar seu consentimento.
A Igreja Católica opera em torno de 40 hospitais e centros
de saúde em todo o país, incluindo muitos em áreas rurais.
A relatora especial da ONU sobre a situação dos direitos
humanos na Eritreia, Daniela Kravetz, disse que o fechamento das instalações
teria um impacto negativo sobre o acesso das pessoas à assistência médica,
particularmente em áreas rurais remotas. “Essas ações mostram que, apesar do
melhor clima regional para paz e segurança, a situação dos direitos humanos na
Eritreia permanece inalterada”, disse ela.
“Exorto a Eritréia a cumprir seus compromissos
internacionais como membro do Conselho de Direitos Humanos e permitir que as
instituições religiosas operem livremente e todos os eritreus exerçam seu
direito à liberdade de religião dentro do país”.
Ela continuou: “A apreensão dessas unidades de saúde terá um
impacto negativo no direito à saúde das populações afetadas, em particular nas
áreas rurais remotas.
“Ao restringir as atividades da Igreja Católica, as
autoridades da Eritreia estão restringindo o direito de seus cidadãos a
desfrutar de cuidados de saúde de qualidade.”
A perseguição ocorreu apesar do fato de que a Igreja
Católica é uma das três denominações reconhecidas na Eritreia. Os outros dois
são a Igreja Ortodoxa da Eritréia (EOC) e a Igreja Evangélica Luterana.
Os bispos católicos recentemente escreveram ao governo
dizendo que eles queriam justiça para todos os eritreus. No entanto, seus
pedidos parecem que não foram ouvidos pois a repressão continuou.
No dia 13 de junho, as forças de segurança prenderam cinco
padres ortodoxos, dos quais três tinham mais de 70 anos, do mosteiro de Debre
Bizen. Eles foram supostamente detidos por se oporem à interferência do governo
nos assuntos da Igreja.
No início deste mês, 30 cristãos clandestinos de uma igreja
pentecostal foram presos e, em maio, outros 141 cristãos, a maioria mulheres e
crianças, foram detidos. Cerca de 50 desses detidos já foram soltos, enquanto
os outros ainda estão na prisão sem acusação formal.
Kravetz acrescentou: “Exorto o governo a permitir que o povo
da Eritreia exerça seu direito à liberdade de religião e liberte aqueles que
foram aprisionados por suas crenças religiosas”.
*Com informações de Christian Today.