Você já deve ter visto no Facebook alguns vídeos do irmão Cristopher Vergara, mais conhecido como Chileno Vergara. Ele tem feito um trabalho missionário no Paquistão e outros países inalcançados, como o Nepal. Os vídeos dele são incríveis, pois mostra a realidade daquelas localidades de forma que não encontramos facilmente na internet. Para quem tem chamado missionário o trabalho desse irmão tem sido uma rica ferramenta de inspiração.
Chileno, quando você teve convicção do chamado de Deus para sua vida e quais foram suas respostas pra “ir”?
Chileno – Eu me converti quando estava passando dos 18 para os 19 anos. Não venho de uma família cristã. Meu pai não é cristão, mas minha mãe sim. Ela orou por mim cerca de três anos sem parar e nessa fase tive uma crise existencial até pensando em tirar minha vida e a glória de Deus caiu sobre mim quando eu estava sozinho no quarto. Este foi o local onde as orações da minha mãe se tornaram realidade.
Então me converti e três meses depois entrei em um Seminário de Teologia no Chile. Em uma das aulas havia um missionário indiano contando tudo sobre a Índia. Comecei a fazer aulas com ele e a me envolver nessas aulas. No final, depois de alguns meses tendo essas aulas, ele perguntou para toda a classe: – Quem aqui realmente sentiu um chamado de Deus através dessas aulas? Nesse momento queimou algo em meu coração, eu fiquei de pé e falei: – Deus me chamou para missões! Na mesma hora uma mulher que era aluna, também se levantou e disse: – Deus falou comigo sobre o seu chamado. Ele disse que te chamou para missões eu confirmo essa palavra, mesmo que você não me conheça.
E assim começou a aventura. Eu servi no Chile por três anos na minha igreja, limpando, organizando, sendo motoboy. Depois comecei a fazer minhas primeiras viagens para a Argentina para explorar.
Enquanto eu servia na minha igreja, Deus me deu a oportunidade de trabalhar no Canzion do Marcos Witt, um grande ministro de louvor. Isso aconteceu porque o Pastor da igreja que eu limpava, havia sido discípulo dele no ministério, porque um dia ele limpou a mesma igreja que eu. Ele se identificou com minha paixão por servir e me levou para trabalhar nesse ministério. Isso me ajudou a ter experiência e a oportunidade de viajar pelo Chile.
Nesse tempo eu ganhei o livro do evangelista Bonnke, Evangelismo por fogo. E eu falei pra Deus, algum dia estarei servindo lá e aprendendo com os melhores. Passou o tempo, recebi algumas profecias e da forma como foi profetizado, exatamente quando a profecia dizia que iria acontecer recebi um convite para ir ao Brasil, convite este feito por um dos meus primeiros discípulos, que inclusive investiu na minha vida no início do meu ministério.
Fui para o Brasil para participar de uma Conferência do Bonkke em Curitiba. Viajei sessenta horas de ônibus sem condições e sem dinheiro. Antes disso eu havia me preparado estudando outras línguas, porque Deus havia me chamado. Dos 19 aos 22 anos eu estudei inglês e decorei uma frase para o momento em que eu me encontrasse com a pessoa conectada ao Bonnke, eu sabia que isso um dia iria acontecer. Quando eu estava no meio da conferência o Espírito Santo me mostrou um homem e disse: – Essa é a pessoa que você deve falar. Então fui até ele e falei a frase que eu havia decorado em inglês. “Olá sou o Cristopher Vergara, viajei sessenta horas de ônibus porque Deus me chamou e falou que me quer fora do Chile e que o primeiro lugar seria esse. Deus me falou que vou trabalhar com você. Eu não quero salário por seis meses, só quero que você me dê uma chance, uma única oportunidade e você verá que fez o melhor investimento, porque Deus me chamou para trabalhar nesse ministério evangelístico missionário. Sei que sou um desconhecido, mas você verá como Deus vai te abençoar. Eu não estou aqui por dinheiro, posso lavar os banheiros, mas me dê uma chance.” Ele ficou surpreso e disse que me daria uma chance.
Comecei a servir no ministério traduzindo os materiais do Bonnke e surgiu a oportunidade de pregar nas conferências escola de fogo, onde fui aceito, e a partir disso comecei a viajar pelo Brasil e por cinco anos servi, pregando e inspirando outros a ganharem vidas para Jesus. Conheci quase todos os estados brasileiros, restaram apenas uns cinco. Também tive a oportunidade de ir para Cuba, Japão e Índia.
Ministrando pela Escola de Fogo no Japão
Chileno como você aprendeu a trabalhar nesses lugares tão difíceis de entrar?
Chileno – Na Índia, foi lá onde aprendi o trabalho que tenho feito hoje. No norte da Índia conheci uma equipe que entrava nas aldeias extremamente perseguidas, totalmente inalcançadas e mostravam o filme de Jesus pra pessoas que nunca tinham ouvido falar d’Ele. Aprendi com eles e comecei a investir nesse ministério, ajudei a levantar recursos e isso começou a crescer dentro de mim. Foi quando Deus falou comigo e me pediu para largar o trabalho no Bonkke, tudo o que pra mim era um sonho para fazer esse tipo de trabalho, ganhar vidas em lugares inalcançados.
Cruzada Evangelística no Norte da Índia, local extremamente perseguido.
Obedeci a Deus e comecei a ir para o Paquistão, Nepal e na própria Índia fazendo cruzadas evangelísticas e agora também no Irã. Deus tem aberto as portas. Entro em aldeias de muçulmanos, preparo uma equipe e fazemos as cruzadas evangelísticas, visitamos as aldeias inalcançadas e pregamos o evangelho aonde nunca foi pregado antes.
Cruzada Evangelística no Nepal.
Neste ano estamos também entrando no Irã, o que é um sonho pra mim, pois é o quinto país mais perseguido do mundo e em Bangladesh, quinto país com mais povos inalcançados e se Deus quiser entraremos também na Coréia do Norte, o país mais fechado do mundo, o primeiro da lista e mais perseguido.
Como você soube do seu chamado para o Paquistão ?
Chileno – Eu nunca imaginei que iria ser missionário no Brasil e fui, eu sonhava com a Índia, mas com o Paquistão foi como o Brasil, eu nunca tinha sonhado ir pra lá. Mas estava lendo o livro de Neemias e descobri neste livro que Deus reconstruiu as muralhas de Jerusalém em tempo recorde usando Neemias. Ele era copeiro do rei, tinha um bom trabalho, segurança, prestígio e de lá do palácio teve notícias dos seus amigos que estavam sofrendo, soube da realidade de Jerusalém, das muralhas destruídas e como tudo estava péssimo. O interessante é que Neemias não escutou algo de Deus, não viu um anjo, porém Deus falou através das necessidades dos necessitados e ele se dispôs a ir. Da mesma forma, Deus não me falou nada, não vi um anjo, mas eu soube da realidade do Paquistão, o terceiro país com mais povos inalcançados, o sétimo mais perseguido, o segundo país com mais muçulmanos e falei pra Deus, envia-me. Dei todos os meus móveis, vendi o meu carro e com esse dinheiro eu fui pro Paquistão.
Quando cheguei no Paquistão, era uma loucura o aeroporto, lá é outra realidade. Até passou pela minha cabeça voltar. É comum ver atentados com bombas naquela região e por isso há muitos militares na rua. Eu tinha um contato que eu não conhecia, era um conhecido, do conhecido, do conhecido. Hoje percebo que foi um risco, porque lá tem muitos casos de sequestro dessa forma. Mas a partir desse contato começamos a trabalhar do zero, ver os lugares e iniciar as cruzadas evangelísticas e agora no mês de março fizemos uma cruzada com mais de dez mil pessoas, em uma aldeia com mais de 80% de muçulmanos.
Cruzada Evangelística no Paquistão, em uma aldeia de muçulmanos.
Como você consegue os acessos a esses países?
Chileno – Eu sou um evangelista e missionário, eu entro nos países com visto de turista e permaneço o tempo que o visto me permite, as vezes três meses, em outros lugares seis meses e vou renovando de acordo com a obra no lugar. Eu sou um profissional, estudei Teologia no seminário e na faculdade fiz Análise de Sistemas e Tradução de Línguas, mas não tenho usado meus títulos para entrar nos países. É muito mais difícil entrar como um profissional. O melhor é entrar como turista ou com o visto de negócios que também é mais acessível, já que todo país quer investidores.
Chileno, você não tem medo de ser um mártir?
A igreja do Senhor é mártir, isso significa ser testemunha no original. A igreja é chamada para ser mártir, porém não suicida, há uma grande diferença. Eu prego nesses lugares porque estou disposto a morrer por Cristo, mas eu não procuro que alguém venha e corte minha cabeça. Eu tento evitar o máximo possível ser o mais sábio e prudente, ser guiado pelo Espírito Santo, porque eu não quero ser suicida.
“O homem de Deus que sou hoje é fruto da incessável oração da minha mãe.”
Chileno Vergara
Esse é realmente um testemunho impactante! Quem esteve na Convenção Nacional dos Radicais Livres – 3º Ciclo, que aconteceu em Goiânia, teve a oportunidade de ser ministrado pelo Chileno Vergara. E para aqueles que não estavam lá, terão uma nova oportunidade no dia 07 de Maio, na Convenção dos Radicais Livres que acontecerá em São Paulo.
Se você foi edificado com a história dele e deseja investir nesse ministério, entre em contato através dos canais:
Site: 1passion
Facebook: Chileno
Youtube: Chileno
E-mail: cristophercv@gmail.com
Fonte: DZ