O primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki (foto), chegando ao Conselho da União Europeia em Bruxelas, em 22 de março de 2018. (Jack Taylor / Getty Images)
Jerusalém – O primeiro-ministro polonês cancelou a participação de seu país em uma cúpula europeia a ser realizada em Israel nesta semana, depois que o novo ministro das Relações Exteriores de Israel disse que os poloneses “sugaram o antissemitismo do leite de suas mães”.
O primeiro-ministro Mateusz Morawiecki já havia anunciado no domingo que iria pular a reunião dos países do Grupo de Visegrado, que será realizada na terça e quarta-feira em Jerusalém, e provavelmente enviará o ministro das Relações Exteriores, Jacek Czaputowicz.
Mas depois dos comentários feitos no domingo (17) por Israel, Katz, o primeiro-ministro polonês se retirou na manhã de segunda-feira (18). Horas depois, toda a cúpula foi cancelada e substituída por reuniões bilaterais entre líderes húngaros, tchecos e eslovacos e autoridades israelenses.
“As palavras do ministro das Relações Exteriores de Israel são racistas e inaceitáveis … é claro que nosso ministro das Relações Exteriores, Czaputowicz, não estará viajando para a cúpula”, disse Morawiecki à mídia polonesa na manhã de segunda-feira.
Suas declarações foram feitas depois que a embaixadora de Israel na Polônia, Anna Azari, foi convocada para repreender pela segunda vez em quatro dias. Morawiecki supostamente também está considerando recordar o embaixador de seu país em Israel.
“Sou filho de sobreviventes do Holocausto e nasci e cresci em uma comunidade formada por sobreviventes do Holocausto”, disse Katz ao canal 13 no domingo. “A memória do Holocausto é algo que não podemos comprometer; é claro e não vamos nos esquecer ou perdoar.
“Na diplomacia, você tenta não ofender, mas ninguém vai mudar a verdade histórica para fazer algo assim”, disse Katz. “Os poloneses colaboraram com os nazistas, definitivamente. Como Yitzhak Shamir disse, eles amamentam o antissemitismo com o leite de sua mãe”.
O ex-primeiro-ministro Shamir, natural da Polônia, cujos pais foram mortos durante a ocupação nazista, fez suas declarações em 1989.
*Com informações da Jewish Telegraphic Agency (JTA).