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25/11/2024

Variedades

Após reprimir liberdade de imprensa, censura em Hong Kong avança sobre o cinema

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Avenida bloqueada por protesto em Hong Kong. (Tanner / Marquis/Unsplash)
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O alinhamento político de Hong Kong ao governo chinês, que vem se refletindo na repressão a manifestantes e jornais a favor da democracia, suprimindo a liberdade de imprensa, agora afeta o ramo do entretenimento, mais precisamente o do cinema.

Após a emissora pública de Hong Kong, a Radio Television Hong Kong (RTHK) firmar uma parceria em agosto com o Chinese Media Group — empresa controladora dos meios de comunicação estatais da China, CCTV e China National Radio, o secretário de comércio do território autônomo, Edward Yau, anunciou na semana passada que o governo local não irá permitir a exibição de filmes que violem a Lei de Segurança Nacional. 

Ao anunciar a parceria com o Chinese Media Group, em 17/8, uma executiva da RTHK explicou que o objetivo é fornecer aos telespectadores um “entendimento completo da luta e do desenvolvimento do Partido Comunista da China e nutrir um forte senso de patriotismo”.

Uma semana depois, em 24/8, o secretário Yau anunciou uma nova lei de censura retroativa permitindo às autoridades revogar a certificação de filmes com base em motivos de segurança nacional. 

A punição máxima para a exibição de um filme não licenciado será de três anos de prisão e uma multa de 1 milhão de dólares de Hong Kong (HKD), cerca de R$ 658 mil.

Apesar das preocupações de organizações de mídia internacionais de que a nova parceria viole a liberdade de imprensa da RTHK, a rede defende que a parceria está em conformidade com o regulamento interno, informa a Federação Internacional de Jornalistas (IFJ).

Governo já usa legislação para reprimir a liberdade de imprensa em Hong Kong

A mesma Lei de Segurança Nacional tem sido usada para reprimir manifestações críticas ao governo, e foi base para o fechamento do maior jornal pró-democracia de Hong Kong, o Apple Daily,  em junho. A redação foi invadida por forças policiais.

“É claro que a intrusão do governo chinês no jornalismo independente e crítico em Hong Kong continua sob o pretexto de segurança e patriotismo”, afirma a IFJ.

Usando a lei como pretexto, empresas e cidadãos, entre eles jornalistas, são acusados de atentado contra a soberania nacional e associação a agentes estrangeiros, em moldes parecidos com a repressão à liberdade de imprensa em países como Mianmar e Rússia, onde veículos de imprensa se manifestaram recentemente contra a “lei do agente estrangeiro”. 

Os executivos do grupo Next Digital, dono do Apple Daily, foram detidos por “conluio com um país estrangeiro ou com elementos externos que ameacem a segurança nacional”.

As autoridades de Hong Kong anunciaram o congelamento das ações do grupo, e seu fundador, Jimmy Lai, foi detido também por “motivos de segurança nacional” .

Em Mianmar, uma lei de perfil semelhante tem dado base a prisões de jornalistas, com casos mais recentes de funcionários da BBC e da rádio Voice of America no país, detidos em suas casas. Danny Fenster, jornalista americano, completou esta semana 100 dias preso sem acusação formal. 

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Fonte:https://mediatalks.uol.com.br/