Bruxo preparando ritual de feitiçaria / Foto: UNAMID/Albert
Gonzalez Farran
UGANDA – Um pastor de Uganda emitiu recentemente um pedido
internacional de ajuda. Falando diante do parlamento da Austrália, o pastor
Peter Sewakiryanga emitiu um alerta vermelho sobre a ascensão de sacrifícios de
crianças em seu país e pediu às autoridades que tomassem medidas.
Diretor executivo do Kyampisi Childcare Ministries, ele disse
que “poucas vítimas sobrevivem, e aqueles que conseguem ficam com ferimentos
horríveis”. Falando aos legisladores no Premiers Hall, no parlamento de
Queensland, na Austrália, em 2 de julho de 2019, o pastor Sewakiryanga fez
campanha por parceria para se envolver com o governo de Uganda para tratar do
sacrifício Infantil, “que agora está em proporções epidêmicas”.
O governo de Uganda não tem financiamento para tratar
adequadamente do assunto, de acordo com a ABC News, com sede na Austrália. O
diretor executivo do Set Free Ministries, Dean Vander Mey, diz que os
curandeiros estão por trás da crise. “Os bruxos realmente sequestram crianças
para fazer derramamento de sangue”, afirma.
Diante da situação, os crentes locais convidaram Set Free
Ministries para Uganda em 2004. No ano seguinte, os missionários começaram a
trabalhar com as crianças e as igrejas, quando passaram a ter contato com os
bruxos que controlam as comunidades. “Há um curandeiro para cada 11 a 12
pessoas, dependendo da região em que você está. Eles mantêm tudo sob medo e
intimidação”, diz Vander Mey.
Logo depois que o Set Free começou a trabalhar em Uganda,
Vander Mey consultou um grupo de pastores locais durante uma conferência.
“Ouvimos dizer que é costume vocês têm duas semanas antes que os curandeiros
exijam que seu filho seja entregue para dedicação. Se não fizer isso, eles o
amaldiçoam e seu filho adoecerá”, disse ele em reunião com os homens locais.
“Todos vocês tiveram seus filhos dedicados pelos feiticeiros?”, perguntou.
Vander Mey diz que cada homem do grupo baixou a cabeça de
vergonha.
Intimidação – Diante das intimidações, os pais se sentiam
impotentes e com medo das “habilidades dos feiticeiros”. “Cada pai havia
permitido que seus filhos fossem dedicados a Satanás”, disse.
Era necessário um trabalho missionário para livrar as
comunidades dos feiticeiros. Foi quando o Set Free chegou, para oferecer
esperança e proteção às crianças através da educação e orientação cristãs.
“Temos nove escolas agora e essas nove escolas [educam] entre 250 e 300 alunos
por ano”, diz Vander Mey.
O pastor diz que a epidemia de AIDS de Uganda, nas décadas
anteriores, piorou a situação das crianças e resultou em “2,3 milhões de
órfãos; eles dizem que 75% de Uganda tem 18 anos ou menos. Uganda, agora é uma
nação de crianças”, acrescenta ele.
Vander Mey lembrou que “a última coisa que Jesus disse antes
de sair da Terra foi ‘faça discípulos’. Estamos fazendo discípulos de todas as
nações e, em Uganda, há muitas crianças que precisam de discipulado”, disse.
Para reforçar os trabalhos locais, a Set Free quer expandir
seus esforços construindo a Light Academy – a primeira escola secundária e
vocacional cristã da região. “Apenas 10% dos estudantes frequentam o ensino
médio”, explica Vander Mey. “Muitas das meninas são traficadas, e nós não
queremos ver isso. Queremos mantê-las na escola e mantê-las educadas, e depois
a conseguir empregos [através de] um centro de treinamento
vocacional”, diz o diretor da Set Free.
“Estamos procurando novos doadores que possam estar
interessados em ajudar porque, na verdade, estamos revolucionando uma região
inteira de pessoas”, explica ele, referindo-se aos crentes ugandenses
anteriormente mantidos em cativeiro por seu medo de curandeiros. “[Eles] não só
são libertados em Cristo, mas agora estão criando uma nova geração de
discípulos”, afirmou.
Vander Mey também pede oração. “Ore para que Deus continue o
reavivamento e traga beleza para as cinzas. Adoramos ver isso acontecendo agora
– é apenas beleza para cinzas”, diz ele, referindo-se a Isaías 61. “Ore também
para que o Senhor continue trazendo mais e mais crianças órfãs que estão
chegando à fé”, finalizou.
*Com informações de Mission Network