A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) conhecida como PEC das Igrejas pode ser usada pelo governo Lula para atrair os parlamentares evangélicos e assim estreitar laços com a comunidade que permanece rechaçando qualquer aproximação com o novo presidente da República.
De autoria do deputado Marcelo Crivella (REP-RJ), a PEC busca ampliar essa proteção, isentando as igrejas do pagamento de impostos na aquisição de bens e serviços essenciais à sua manutenção e expansão. Isso englobaria, por exemplo, a compra de materiais de construção necessários para edificar novos templos.
Crivella tem conversado com membros do segundo escalão do governo para pedir apoio ao texto que está em fase de tramitação na Câmara dos Deputados. Recentemente, o deputado ligado à Igreja Universal do Reino de Deus esteve em reunião com o secretário de Assuntos Federativos, André Ceciliano.
Se o governo federal aceitar apoiar a aprovação da PEC e garantir a isenção tributária ainda maior para igrejas, poderá usar tal feito para buscar apoio da classe religiosa que mantém seu apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo os parlamentares da Frente Parlamentar Evangélica (FPE) que, em sua maioria, são mais conservadores.
Esta aproximação com o segmento evangélico é vista como estratégica dentro do governo, considerando o crescimento e a tendência majoritariamente bolsonarista desse grupo. O apoio à PEC das Igrejas é percebido como um gesto simbólico relevante nesse contexto e poderá ser usado por Lula para dizer que ele não é contra as igrejas e que até mesmo aprovou a ampliação da isenção tributária para as mesmas.
Exibir Gospel / Leiliane Lopes