Marcelo Crivella, bispo licenciado da Igreja Universal e
atual prefeito do Rio de Janeiro (Foto: Reprodução)
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB-RJ),
usou o Twitter no início da noite neste domingo (8) para divulgar um vídeo,
defender-se das acusações de censura e homofobia e responder a uma decisão de
ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). “Não é censura nem homofobia como
muitos pensam”, disse o prefeito na postagem.
“A questão envolvendo os gibis na Bienal tem um objetivo bem
claro: cumprir o que prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente. Queremos,
apenas, preservar nossas crianças, lutar em defesa das famílias brasileiras e
cumprir a Lei”, afirma Crivella na mensagem.
No vídeo, o prefeito responde aos ministros Dias Toffoli e
Gilmar Mendes, do STF, que mais cedo acolheram um pedido da PGR
(Procuradoria-Geral da República) e proibiram o recolhimento de exemplares de
uma HQ vendida na Bienal do Rio, determinado por Crivella na quinta-feira (5).
“Impetramos embargos de declaração para que vossas excelências nos esclareçam,
nos orientem, sobre como cumprir essa sentença sem contrariar o que determina o
Estatuto da Criança e do Adolescente, que impõe embalagem específica a esse
tipo de publicação”, afirma o prefeito do Rio no final do vídeo.
A justificativa de Crivella para mandar fiscais da
prefeitura recolherem a HQ —que tinha um desenho de beijo gay e era vendida em
alguns estandes da Bienal— foi que o material afrontava o Estatuto da Criança e
do Adolescente.
Após idas e vindas da Justiça, que primeiro proibiu e depois
autorizou a ação dos fiscais da prefeitura, o STF decidiu neste domingo que o
recolhimento das revistas era ilegal e não poderia ser feito.
A determinação da prefeitura causou forte reação do público, que realizou protestos na Bienal contra a medida. No sábado, o youtuber Felipe Neto comprou milhares de exemplares de livros com conteúdo LGBT+ e distribuiu gratuitamente na porta da Bienal, que foi encerrada neste domingo.
*Fonte: UOL