DA REDAÇÃO POR CRIS BELONI
De acordo com Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2020 a depressão será a principal doença mais incapacitante em todo o mundo. Isso significa que quem sofre de depressão tem a sua rotina virada do avesso. Ela deixa de produzir e tem a sua vida pessoal bastante prejudicada. Atualmente, mais de 120 milhões de pessoas sofrem com a depressão no mundo estima-se que só no Brasil, são 17 milhões. E cerca de 850 mil pessoas morrem, por ano, em decorrência da doença.
A depressão, ainda hoje, é confundida com tristeza, sentimento comum a todas as pessoas em algum momento da vida. Brigar com o namorado, repetir o ano escolar e perder o emprego são motivos para deixar alguém triste, cabisbaixo. Isso não significa, porém, que o sujeito está com depressão. Em alguns dias, ele, certamente, vai estar melhor. O desconhecimento real do funcionamento desse transtorno afetivo é o principal responsável por um dos maiores problemas para quem sofre com a depressão: o preconceito.
Em ambientes onde há competição, cobrança por desempenho, Bullying, ou qualquer tipo de pressão, é comum as pessoas nem comentarem sobre a enfermidade. Nesses casos, o melhor é tirar férias ou licença médica. E não é só isso. A ignorância em torno da doença faz com que familiares e amigos, na tentativa de ajudar, piorem ainda mais a condição do depressivo.
A incompreensão da situação leva parentes e amigos, na tentativa de ajudar, a usarem frases como “tenha um pouco de força de vontade”, “vamos passear no shopping que melhora”, “você tem uma vida tão boa, tá com depressão por que?” e “se ocupe com outras coisas que você não terá tempo de pensar em bobagens”, funcionam como uma bomba na cabeça de quem já se esforça, diariamente, para conseguir sair da cama. Isso mostra que as pessoas não conhecem o transtorno. Achar que é frescura ainda é comum, pois não imaginam que o paciente não consegue reagir e que não depende de força de vontade. Essas atitudes podem piorar o quadro.
O Brasil é campeão de casos de depressão. Quase 6% da população, um total de 11,5 milhões de pessoas, sofrem com a doença, segundo dados da OMS. A entidade alerta para o aumento do número de registros de Transtornos de Ansiedade. Sendo os mais comuns os transtornos de ansiedade generalizada e síndrome do pânico. Em 2015, 18,6 milhões de pessoas sofriam com transtorno de ansiedade no Brasil.
Geralmente, alguns sintomas merecem atenção: sentir medo ou receio, em excesso, de situações que ainda não aconteceram, alterações do sono, tensão muscular, medo de falar em público, medo de lugares fechados ou com grandes aglomerações, inquietações constantes, pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos. O ideal, em casos assim, é buscar ajuda de um psicoterapeuta. O psicólogo irá fazer uma série de perguntas sobre seu estado físico e emocional. Na terapia, você terá a oportunidade de falar mais sobre as situações que lhe causam ansiedade, sem julgamentos. Em alguns casos, o psicólogo pode recomendar que você procure um psiquiatra, que irá receitar uma medicação específica para baixar a ansiedade. A maioria das pessoas ao serem questionadas sobre o assunto, dirá que são ansiosas. Porém, para ter o diagnóstico de alguns transtornos de ansiedade não é tão simples. O DSM-V – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – aponta 12 tipos de patologias relacionadas à ansiedade.
A resistência em procurar ajuda em saúde mental pode ser explicada, em parte, pelo preconceito contra as pessoas que têm transtornos. A psicofobia carrega uma herança de séculos de discriminação contra os doentes mentais ao longo da história. Acreditava-se que eles eram ‘bruxos’ ou ‘possuídos por demônios’. Atualmente, Psicologia e Psiquiatria trabalham juntas para desmistificar todas essas questões.