O presidente Jair Bolsonaro (PSL) durante evento evangélico
em Camboriú (SC) / Foto: Alan
Santos/PR/AFP
Em mais um aceno à igreja evangélica, o presidente Jair
Bolsonaro descartou nesta quarta-feira (7) a criação de novas taxas e defendeu
maior simplificação na prestação de contas de templos religiosos.
Nesta quarta-feira (7), ele discutiu o assunto com o
secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, e com o missionário R.R.
Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus. Mais cedo, teve uma audiência
com o deputado federal Marco Feliciano (Pode-SP) e, no início da tarde, almoçou
com a bancada evangélica. “Tem uma dúvida muito grande da Constituição Federal
quando fala de isenção de impostos. Então, esse assunto vem sendo discutido com
vários setores da sociedade. Essa que é a intenção nossa: é discutir esse
assunto. E se chegarmos à conclusão que tem amparo legal para você acabar com
alguma taxa, então acaba”, disse.
A reforma tributária preparada pela equipe econômica prevê
um novo tributo sobre pagamentos, que substituiria a contribuição
previdenciária sobre os salários. A ideia é que ele fosse pago também por
templos religiosos, hoje isentos.
O presidente ressaltou que é preciso “descomplicar” as
contas das entidades e que “ninguém aguenta” que cada templo religioso tenha um
contador particular. Em junho, o governo federal editou normas que
flexibilizaram as prestações de contas.
A primeira estabeleceu que organizações religiosas que
arrecadem menos de R$ 4,8 milhões sejam dispensadas de apresentar Escrituração
Contábil Digital (ECD). Antes, esse teto era de R$ 1,2 milhão. A segunda
dispensou de CNPJ os estabelecimentos de organizações religiosas que não tenham
autonomia administrativa. “Não pode cada igreja tem que ter um contador,
ninguém aguenta isso”, disse Bolsonaro. “Sim, chega de taxar os outros”,
ressaltou.
Os evangélicos representam um dos principais grupos de apoio
do presidente, de acordo com pesquisa Datafolha. Dentre aqueles que dizem ter
essa religião, 41% aprovam o governo do militar reformado. Ante 30% dos
católicos e 25% dos sem religião.
*Fonte: Folha de S. Paulo