Segundo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, fala é “totalmente infundada”
Após ser cobrado há anos por grupos de defesa dos direitos humanos, o Papa Francisco, enfim, se pronunciou sobre a minoria muçulmana uigur que vive em Xinjiang, na China. Segundo o pontífice, eles são um “povo perseguido”. A declaração não foi bem quista pelo governo do país.
A citação foi antecipada pela agência católica asiática UCA News e repercutida pelo UOL. A fala está presente no livro “Ritorniamo a Sognare. La strada verso un futuro migliore” (“Voltemos a sonhar. O caminho para um futuro melhor”, em tradução livre), que será lançado no próximo dia 1º, na Itália. A obra foi escrita por Francisco, que teve ajuda do jornalista Austen Ivereigh.
Além dos uigures, Francisco também cita outros grupos que são punidos por outras religiões. “Penso muito nos povos perseguidos: os rohingyas, os pobres uigures e os yazidis”, diz um trecho do capítulo dedicado a temas ligados aos povos cristãos que são perseguidos em países islâmicos.
Mais recentemente, diversos países, o que incluem participantes da União Europeia e os EUA, cobraram informações formais da China sobre os controversos centros de reeducação instalados na cidade.
Apesar das acusações de maus-tratos e dos espaços serem centros de doutrinação e tortura, o governo chinês diz que os locais são pontos de ensino e educação formal e profissional. Após a repercussão da citação de Francisco, Zhao Lijian, um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores da China, disse que as falas são “totalmente infundadas” e afirmou que o governo do país “sempre protegeu os direitos das minorias étnicas em conformidade com a lei”.
Fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/