Cristãos em Moçambique (CRÉDITO/FOTO: Divulgação)
MOÇAMBIQUE – O extremismo islâmico fez mais vítimas no fim
de junho na cidade de Mocímboa da Praia, província de Cabo Delgado, ao norte de
Moçambique. De acordo com a agência do Vaticano Fides, os jihadistas
incendiaram uma igreja, uma escola secundária, o hospital distrital e dezenas
de carros, casas e lojas.
Um homem também foi libertado da prisão local, antes de
hastearem a bandeira negra do Estado Islâmico. A ofensiva durou várias horas e
deixou muitas vítimas entre policiais e civis. O site de notícias Times de
Israel garantiu que um quartel foi invadido e muitas armas roubadas antes da
fuga.
A cidade atacada fica na fronteira com a Tanzânia e
tornou-se um centro de logística para a exploração de gás natural, recentemente
descoberto. No fim de março, os extremistas ergueram a bandeira e mantiveram
Mocímboa da Praia sob o domínio deles por muitas horas.
A ação dos radicais alcançou aldeias próximas e matou 52
jovens em Xitaxi, pela recusa de se juntarem ao grupo. Em demais vilarejos como
Miangalewa, Namacunde, Ntchinga e Moatid, os jihadistas queimaram uma igreja e
destruíram instituições locais.
Alguns desses ataques foram cometidos por integrantes do
Estado Islâmico, mas em outros ainda acontece uma investigação da verdadeira
conexão com o Al-Shabaab da Somália. Há suspeitas que extremistas do Quênia e a
Tanzânia também estejam envolvidos nos incidentes.
Para conter a violência, o Grupo Wagner da Rússia e a
empresa de segurança Dyck Advisory Group foram contratados pelo governo
moçambicano. Porém, o resultado não foi o esperado.
Ajuda privada e internacional
Por isso, o país pediu ajuda para a Comunidade para o
Desenvolvimento da África Austral (SADC, da sigla em inglês). Mas os jihadistas
do Estado Islâmico ameaçaram atacar a África do Sul, caso a nação se envolvesse
nos assuntos.
O Secretário de Estado Assistente dos Estados Unidos para
Assuntos Africanos, Tibor Peter Nagy, comparou a situação de Moçambique com o
surgimento do grupo Boko Haram. “O Boko Haram foi apenas um pequeno movimento
e, devido à maneira como o governo nigeriano reagiu inicialmente, ele se tornou
uma ameaça muito séria, não apenas para o Nordeste da Nigéria, mas para os
países vizinhos”.
A Comissão de Relações Exteriores do Parlamento Europeu
também pediu que ações fossem tomadas para impedir que Moçambique se torne um
novo centro de extremismo islâmico. Até agora, a Portas Abertas recebeu pedido
para ajudar 20 líderes e 300 famílias cristãs na região.
Fonte: Portas Abertas