O governo da Nicarágua fechou várias organizações que incluíam desde organizações evangélicas até católicas, e os escoteiros do país.
Segundo a agência de notícias Associated Press, oito organizações não governamentais no total foram fechadas nesta ocasião, algo que segundo a agência é “a última de uma ofensiva em curso em que o governo tem expulsado ordens religiosas, organizações de caridade e grupos cívicos.”
O Ministro do Interior, que regula as operações das ONGs no país centro-americano, disse que a Associação de Escoteiros da Nicarágua supostamente não apresentou estados financeiros e os acusou de ter uma junta diretiva “vencida” que o governo não havia renovado desde setembro de 2021.
Os ativos das oito organizações, quatro delas religiosas, serão confiscados pelo governo da Nicarágua, disse La Gaceta.
Desde que estouraram protestos sociais massivos em 2018, o governo de Daniel Ortega fechou ou ilegalizou mais de 3.500 ONGs, a maioria das quais foram fechadas nos últimos dois anos.
As crescentes restrições estimularam a fuga de centenas de milhares de nicaraguenses de seu país, e muitos deles foram para os Estados Unidos e para a vizinha Costa Rica.
Horas após os fechamentos serem anunciados, o Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou uma nova rodada de sanções a “mais de 100 funcionários municipais” na Nicarágua, que estão sob controle do partido governante, o Frente Sandinista de Libertação Nacional.
Embora não tenha identificado os sancionados, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, disse no Twitter que suas vistos de entrada nos Estados Unidos estão restritas “por seu papel no regime Ortega-Murillo, que reprime as vozes nicaraguenses e detém injustamente indivíduos corajosos que apoiam uma sociedade civil livre”.
Os Escoteiros operam no país desde 1979, ano da revolução sandinista. Os dirigentes da organização não se pronunciaram sobre o fechamento.
Sob o lema “Construindo um mundo melhor”, dedicaram esforços especiais para promover o escotismo, um movimento juvenil que defende uma educação integral e promove o contato com a natureza.
As outras organizações incluíam grupos católicos, evangélicos e jesuítas, um grupo universitário de ciências e saúde e um clube rotário.
O Ministério do Interior disse que os grupos não apresentaram estados financeiros e “não promoveram políticas de transparência no uso dos fundos, o que deixou pouco claro se seus projetos estavam de acordo com seus objetivos e propósitos”.
Redação Exibir