Por Cris Beloni
O assunto “heranças espirituais” é tema de grandes
discussões teológicas. Enquanto muitos cristãos pregam que existe a “maldição
hereditária”, outros afirmam que não há base bíblica para sustentar essa
crença. Para o casal de pastores Tânia Tereza e Otto Carvalho, porém, essa é
uma realidade que se destaca nos dias atuais.
Os fundadores do ministério SILC (Seminário
Intensivo de Libertação e Cura) atuam de forma interdenominacional, oferecendo
palestras, conferências e seminários, dentro e fora do Brasil, há mais de 30
anos. Eles garantem que essas ações têm restaurado milhares de famílias. Tânia
e Otto são casados desde 1965, têm dois filhos, seis netos e um bisneto.
“Deus me fez juíza para entender a legalidade do
mundo espiritual e para que eu compreendesse princípios de justiça”, disse a
juíza federal aposentada. Ela explica que os temas de cura e libertação são
inumeráveis, mas muitas pessoas não se dão conta. “Nosso coração é fechado pra
esse assunto. É uma estratégia do inimigo bloquear em nós a capacidade de
entender que Deus é um Deus de gerações e que Ele visita a iniquidade dos pais
nos filhos. A realidade das famílias mostra que há uma repetição de pecados e
consequências geracionais”, destaca.
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Gospel – “O Senhor é muito paciente e grande
em fidelidade, e perdoa a iniquidade e a rebelião, se bem que não deixa o
pecado sem punição, e castiga os filhos pela iniquidade dos pais até a terceira
e quarta geração.” (Números 14.18). De acordo com o texto bíblico, há
maldição que alcance até a quarta geração se os descendentes cometerem os
mesmos pecados diante de Deus?
Resposta: Sim! Entendemos
que somente quando as quatro gerações não caírem nos pecados dos pais, é que a
quinta geração estará livre do que está determinado nos Dez Mandamentos.
“Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam…” (Êxodo 20.4-5)
Casal de Pastores Tânia Tereza e Otto Carvalho
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Gospel – “Aquele que pecar é que
morrerá. O filho não levará a culpa do pai, nem o pai levará a culpa do filho.
A justiça do justo lhe será creditada, e a impiedade do ímpio lhe será
cobrada.” (Ezequiel 18.20). Segundo
esse texto, se os filhos se arrependerem de seus próprios pecados e os confessarem
a Deus, não pagarão pelos pecados de seus pais. Essa ação já não “quebraria”
efetivamente a maldição hereditária?
Resposta – O
pecado é morte. Morte é separação de Deus. “Aquele que pecar certamente
morrerá”. Aqui está falando de vida eterna e não de consequência de pecado.
Veja o que está escrito em Levíticos 26, a partir do verso 3. Lá está falando de bênçãos no cumprimento dos
preceitos bíblicos até o verso 13 e depois da maldição até o verso 39. Esses assuntos
não falam de vida eterna, mas de vida aqui na terra. Jesus disse que “Satanás
vem para matar, roubar e destruir, mas eu vim para que tenham vida e vida em
abundância”. Isso é efetivo enquanto estivermos nesta terra. No verso 40, diz “Mas
se confessarem os seus pecados e as iniquidades de seus pais, na infidelidade
que cometeram contra mim, como também confessarem que andaram contrariamente
para comigo, e tomarem por bem o castigo, eu me lembrarei da aliança com
Abraão, com Isaque e com Jacó e da terra me lembrarei”.
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Gospel – O sangue
de Cristo derramado na cruz não é suficiente para perdoar os pecados? Ele também
não sela o indivíduo dos pecados cometidos no passado (heranças)?
Resposta – Em 1
João está escrito: “Esta é a mensagem que dele ouvimos e transmitimos a vocês:
Deus é luz; nele não há treva alguma. Se afirmarmos que temos comunhão com ele,
mas andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andamos
na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de
Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se afirmarmos que estamos sem
pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos
os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos
purificar de toda injustiça.” (1 João 1.5-9). “SE” confessarmos os nossos
pecados… Em outras palavras: o sangue de Jesus não apaga pecado encoberto,
que está na jurisdição das trevas. O que não foi confessado, não está na luz. “Quem
esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona
encontra misericórdia.” (Provérbios 28.13)
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Gospel – Você diz
que os pecados encobertos podem transportar consequências às gerações futuras.
Mas como alguém pode confessar o pecado de um antepassado sem tomar
conhecimento dele?
Resposta – Mesmo
sem tomar conhecimento do pecado é possível enxergar os sinais na vida de uma
pessoa. Jesus disse que teríamos vida, e vida em abundância. Se não está
acontecendo como foi prometido, se a pessoa planta, mas não colhe, se abortos
involuntários ocorrem com frequência, se há solidão, promiscuidade, entre
tantos outros sintomas maléficos, então tem alguma coisa errada aí. Por
exemplo, uma vida financeira sem colheita, quando o dinheiro parece que entra
num “bolso furado”, é sinal de que no passado houve pecado de roubo, furto,
apropriação indevida e até derramamento de sangue. Mas nem todas as pessoas
fazem essa associação, pensam que é questão de sorte ou azar, mas não é. No
caso de pecado de derramamento de sangue, o demônio se manifesta através da
morte em diversas áreas da vida: ele mata ministério, mata sonhos, mata casamento,
mata negócios e comércios, e por aí vai.
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Gospel – Então
basta fazer uma oração a Deus pedindo perdão pelos pecados dos antepassados,
mesmo sem conhecer esses pecados?
Resposta
– Precisamos
quebrar alguns paradigmas. Quando você confessa seus pecados a Deus,
imediatamente você sai da morte para a vida e estará a salvo. O arrependimento
é eficaz pra trazer a graça e a misericórdia sobre a sua vida e você resolve a
questão da eternidade. Mas quando você cumpre a palavra de “confessar os
pecados uns aos outros” você está tratando da “vida aqui”. A confissão dos
nossos pecados na terra retira da mão do inimigo a procuração que ele tem pra
agir na nossa vida. Por que eu devo confessar o meu pecado pra outra pessoa?
Porque Deus estabeleceu que quando dois concordam na terra, há concordância no
céu. Quando oramos e concordamos, fechamos as janelas (brechas).
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Gospel – Como
alguém pode identificar que está sofrendo por conta de uma maldição familiar?
Resposta
– A
maldição é como uma gripe: nariz escorrendo, febre, tosse… Então precisamos combater
o vírus da gripe e não os seus sintomas. Assim como uma doença no corpo físico,
é a maldição para a vida. Os sintomas são perdas constantes, mortes prematuras,
falências e pecados que a pessoa não consegue vencer, como os vícios. Isso quer
dizer que a maldição está aí rondando a pessoa. Mas na cruz está a solução para
tudo! Jesus nos prometeu vida abundante. A cruz é um depósito, precisamos ir à
cruz para sacar dessa vida. Na cruz está a salvação, a cura de nossas feridas e
a resolução das maldições, mas não é automático. Para nossa salvação precisamos
aceitar o sacrifício da cruz e entender que Jesus morreu por nossos pecados. Para
a cura física e emocional e para a resolução das maldições, a resposta é ir à
cruz.
“Arrependam-se,
pois, e voltem-se para Deus, para que os seus pecados sejam cancelados, para
que venham tempos de descanso da parte do Senhor, e ele mande o Cristo, o qual
lhes foi designado, Jesus.” (Atos 3.19-20)