A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) anunciou em fevereiro deste ano o encerramento do processo de reestruturação dos órgãos sociais, que incluiu a mudança de nome da IURD em Angola para Igreja do Reino de Deus de Angola (IRDA) e a manutenção do bispo Alberto Segunda como líder da congregação.
O governo reconheceu essas mudanças, e Alberto Segunda afirmou que a reabertura gradual dos templos no país é resultado do cumprimento do acordo, com apenas algumas igrejas ainda fechadas por questões administrativas.
No entanto, a ala reformista liderada pelo bispo angolano Valente Bezerra Luís enfrentou problemas, com relatos de detenções de fiéis e pastores durante confrontos com a ala brasileira. Segundo Ângelo António, porta-voz da ala reformista, fiéis foram agredidos pela polícia e membros da ala brasileira ao tentarem participar de um culto na catedral do Maculusso, em Luanda. A versão da polícia nacional sobre as detenções não foi obtida pela RFI.
As mudanças definidas na reunião extraordinária do conselho de direção da IURD Angolana, realizada em 8 de fevereiro de 2024, foram confirmadas pelo decreto executivo nº74/24 de 14 de março do Ministério da Cultura e Turismo angolano, que transferiu todos os bens e processos da IURD para a IRDA.
Relembre o caso
Em setembro de 2020, a Justiça de Angola decretou o fechamento de templos da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). A medida faz parte de uma investigação iniciada no final de 2019, que apura alegadas irregularidades cometidas pela instituição, incluindo discriminação racial, imposição de vasectomia, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
A IURD está presente em Angola desde 1992 e, nos últimos anos, enfrentou um conflito entre dois grupos distintos. Um grupo é formado por brasileiros e angolanos ligados ao bispo brasileiro Edir Macedo e ao líder em Angola, o bispo Honorilton Gonçalves. O outro grupo é composto por pastores angolanos dissidentes, autointitulados “comissão reformada” da Universal, liderados pelo bispo Valente Bezerra Luís.
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