Estudo aponta diferença entre aqueles que não frequentam a igreja. (Foto: Reprodução)
A religiosidade nos Estados Unidos pode estar em declínio,
mas a geração do milênio e a geração Z, que aderem a uma tradição religiosa e frequentam
a igreja, relatam melhor saúde mental e menos sentimentos de ansiedade sobre o
futuro, de acordo com um novo estudo de uma empresa de pesquisa cristã.
As descobertas foram parte de um estudo chamado Connected
Generation, que pesquisou mais de 15.000 jovens adultos entre 18 e 35 anos em
25 países para determinar se havia uma ligação entre a prática religiosa e o
bem-estar mental.
O Barna Group, que se autodenomina uma “fonte de ideias
sobre fé e cultura”, conduziu o estudo em conjunto com a World Vision, uma
organização cristã de assistência. “Além de fornecer muitos sinais esperançosos
sobre as oportunidades à frente dessas gerações, o estudo mostra conexões
poderosas entre a prática da fé e o bem-estar geral”, disse o presidente do
Barna Group, David Kinnaman.
“A ansiedade sobre decisões importantes é generalizada
(40%)”, anunciou o resumo das principais descobertas do relatório, “bem como a
incerteza sobre o futuro (40%), o medo de fracassar (40%) e a pressão para ser
bem-sucedido (36%).”
O site de estilo de vida cristão Relevant divulgou as
descobertas como um chamado para voltar ao rebanho, relatando que “enquanto as
igrejas lutam para conter um êxodo bem documentado de membros de seus bancos,
novas pesquisas sugerem que as pessoas que estão saindo podem estar perdendo”.
A publicação citou uma maior autoeficácia entre os “cristãos
praticantes”, 43% dos quais disseram que se sentiam “capazes de atingir
objetivos”, enquanto 29% dos não religiosos professavam a mesma autoconfiança.
Além disso, 51% dos cristãos praticantes que frequentam a
igreja relataram sentir-se “otimistas em relação ao futuro”. Por outro lado,
apenas 34% dos entrevistados que não se identificam com nenhuma religião
disseram que eram tão otimistas.
Espiritualidade e bem-estar
As descobertas estavam alinhadas com o que a Aliança
Nacional sobre Doenças Mentais tinha a dizer sobre a relação entre
espiritualidade e bem-estar mental. O NAMI apontou para um estudo de 2013 que
encontrou uma correlação entre religiosidade e taxas reduzidas de suicídio,
alcoolismo e uso de drogas.
A organização também distingue entre prática religiosa
organizada e espiritualidade, dizendo que não é necessário praticar
necessariamente uma religião específica para colher os benefícios psicológicos
da religiosidade. Segundo a NAMI, a espiritualidade individual oferece “uma
filosofia de vida significativa” e “confere um sentimento de pertencimento ao
mundo”, enquanto a participação na religião organizada oferece estrutura e
conexões sociais aos seguidores.
O resumo das descobertas do relatório no site Connected
Generation não detalhou os níveis de ansiedade relatados pelas pessoas
identificadas como pertencentes a tradições religiosas não-cristãs, mas disse
que os entrevistados incluíam “ex-cristãos [e] adeptos apaixonados de outras
religiões.”
“A pesquisa revela uma geração de adultos motivados,
cautelosos e cansados, lutando com perguntas, desejando relacionamentos mais
profundos e enfrentando obstáculos sociais, profissionais e pessoais
significativos”, comentou Alyce Youngblood, diretora editorial de Barna e
escritora sênior da Connected Generation.
“No entanto, também descobrimos que a fé é um fator
importante associado ao seu bem-estar, conexão e resiliência. Quando – ou, para
muitos, se – eles entrarem em uma igreja, precisarão de ensino concreto de
líderes em quem possam confiar e oportunidades significativas de contribuir
para uma comunidade de fé”.