No Brasil, o percentual de jovens entre 16 e 24 anos que se consideram “sem religião” atingiu a marca de 25%, superando o número de evangélicos e de católicos. Os dados são do Censo Populacional DataFolha de 2022.
Essa faixa etária corresponde à chamada Geração Z, formada por nascidos entre 1997 e 2010, público que tem se distanciado das tradições das gerações anteriores.
Com isto, igrejas católicas e evangélicas são frequentadas por pessoas mais velhas e a família tem dificuldade de transmitir suas crenças e valores aos entes mais novos.
O sociólogo e pesquisador João Gualberto disse, em entrevista ao Jornal Folha Vitória, que o abandono de instituições tradicionais não se restringe somente à Geração Z.
Segundo ele, temas como política, o enrijecimento dos cultos e adoção de padrões morais conservadores são alguns dos motivos que têm levado os mais jovens a deixarem a religião.
Religião não é espiritualidade
Muitos jovens dizem que não possuem religião, mas sim espiritualidade. Os termos, segundo o Arão Lobato Lima, professor de Ensino Religioso, licenciado em Letras-Português/Literaturas de língua portuguesa, estão interligados, mas não são sinônimos.
“A ideia de religião está ligada ao sistema organizacional sobre o qual se estabelece os pressupostos das diferentes expressões religiosas sejam elas individuais ou coletivas”, declarou. “A fé é o assentimento racional que a mente possui de algo que é certo. Desse modo, podemos dizer que a fé encontra o seu lugar de expressão no contexto da religião”, explica ele que também é pastor.
Para ele, o espírito aventureiro dos jovens os fazem, naturalmente, saírem em busca de experiências sobrenaturais e místicas. Por outro lado, a religião representa formalidades, rigidez, tradições, regras entre outras coisas que provocam aversão no grupo.
Exibir Gospel / Leiliane Lopes