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09/12/2024

Família

Jurista à frente da Secretária Nacional da Família diz que pasta irá celebrar a vida

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“A gente vai trabalhar com o fortalecimento de relações na família”, disse secretária escolhida por Damares Alves.

A advogada Angela Gandra Martins Silva, que representou a União dos Juristas Católicos de São Paulo no debate que o STF (Supremo Tribunal Federal) realizou sobre a descriminalização do aborto, é anunciada como a titular da Secretaria Nacional da Família. O órgão é vinculado ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, chefiado pela ministra Damares Alves.

Filha do jurista Ives Gandra Martins, a secretária disse em entrevista à Folha de S. Paulo que quando conheceu a ministra Damares, ela disse que “nosso ministério é da alegria e da vida”. Angela disse que gostou do que ouviu. “Então, vamos celebrar a vida”, apoiou.

A advogada disse que o foco da Secretaria estará na projeção da família em termos sociais, econômicos e de sustentabilidade de relações. “A gente vai trabalhar com o fortalecimento de relações na família”, disse, sem explicar qual será a definição de família dentro do Ministério.

“Coerentemente, este é um ministério que defende os direitos humanos. A vida é um direito inviolável segundo a nossa Constituição. Vamos, naturalmente, por este caminho”, declarou Angela, que é ativista na luta contra o aborto.

A secretária falou que é errado rotular pessoas a partir de convicções e que não é a religiosidade dela ou da ministra, que é pastora evangélica, que irá impedir o diálogo com grupos como o LGBTQI+.

Governo firme e convicto

Questionada sobre o medo de casais homoafetivos de que uniões entre pessoas do mesmo sexo sejam proibidas, Angela disse que o governo é firme em convicções e valores, mas de diálogo. “Vai haver um acolhimento. Foi muito bonito o acolhimento, por exemplo, que eu presenciei da ministra Damares com a comunidade LGBT”.

Sobre as polêmicas em torno da religião da ministra, Angela disse que a fé não impede a convivência, o pluralismo. “Neste sentido que estamos trabalhando. Não é a partir de uma convicção religiosa, mas a partir da nossa cidadania, do nosso profissionalismo e com uma abertura muito grande ao diálogo e ao pluralismo”.

A secretária disse que no Ministério “há muitas convicções, mas há uma abertura muito grande para a somatória de luzes e criatividade que pode vir de cada ser humano independente da sua própria convicção”.

Deus acima de todos

Apesar do slogan “Deus acima de todos”, usado pelo presidente Jair Bolsonaro em sua campanha e em suas declarações, Angela disse não acreditar em interferência religiosa na administração federal.

“Acho que existe uma boa laicidade. Nosso governo, o próprio presidente [diz] ‘Deus acima de todos’. Evidentemente essa religiosidade pode ter Deus também, como a nossa própria Constituição fala no preambulo ‘sob a proteção de Deus’. Mas isso não impede que haja, acho até facilita, um diálogo de respeito à maneira de pensar das pessoas”.

Sem entrar em embate sobre declarações da ministra Damares consideradas polêmicas, como a de que “menina tem que ser tratada como princesa”, a secretária disse que “a mulher tem que simplesmente ser mulher e respeitada como mulher. Quero potencializar, até como antropóloga, como filósofa, a mulher a partir do ser mulher”.

Sobre o tema, a secretária disse ainda que pensa “que a mulher e o homem têm os mesmos direitos, ainda que tenham uma diferença natural que é óbvia, é só olhar”.

De acordo com a entrevista, foi ao classificar a descriminalização da interrupção da gravidez até a 12ª semana de gestação de “aborto jurídico”, em agosto do ano passado, que a advogada chamou a atenção da atual ministra e hoje integra sua equipe no Ministério.

*Com informações de Folha de São Paulo.

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