Visitantes que curtiam uma ensolarada manhã de domingo (6) na praia de Araria, no rio Tapajós, no estado do Pará, foram inesperadamente expulsos da área por agentes da Polícia Federal e barcos da Marinha, supostamente para acomodar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua comitiva. Vídeos que circulam nas redes sociais capturaram o incidente e a chegada das embarcações de segurança.
Testemunhas contaram que cerca de sete barcos, cada um com cerca de 20 famílias, estavam presentes na Praia da Araria quando foram abordados pelas autoridades. Neemias Costa afirmou que o encontro ocorreu por volta das 10 horas, pouco depois de terem recebido autorização da Capitania Fluvial de Santarém para a saída.
“Fizemos os trâmites necessários junto à Capitania Fluvial de Santarém, e nosso barco obteve autorização para o passeio. Então, por volta das 10h, chegaram um barco patrulha da Marinha e outro da Polícia Federal. Pediram para desocuparmos a praia, explicando que o barco do presidente estaria fundeando ali. Ficamos bastante chateados com isso, estávamos aproveitando nosso lazer e tínhamos a devida autorização”, disse Neemias Costa à Folha de S. Paulo.
A polêmica em torno da evacuação forçada de banhistas gerou discussões sobre os protocolos de segurança em torno das visitas presidenciais. A situação ganhou força nas redes sociais, chamando a atenção para o delicado equilíbrio entre garantir a segurança do presidente e salvaguardar os direitos dos cidadãos locais de acesso aos espaços públicos.
Outros banhistas confirmaram o relato e também relataram terem sido expulsos da área pela Marinha, apesar de terem recebido informações prévias sobre o direito de frequentar a praia.
Gleide Lucinha Castro, moradora de Santarém, expressou que nunca havia passado por situação semelhante em suas visitas anteriores à mesma praia. O auxiliar de produção Fábio Monteiro também constatou a intervenção dos militares e posterior despejo dos banhistas.
“Já tínhamos montado nossas redes entre as árvores quando o pessoal da Marinha chegou e nos informou que a área estava interditada e que todos precisávamos sair”, contou Adriane dos Santos, doméstica que também estava na praia e foi forçado a partir.
Procurada, a Presidência da República não se pronunciou sobre o ocorrido. A Marinha, no entanto, afirmou que está investigando o assunto e trabalhando para esclarecer a situação.
O presidente Lula está em passagem pela região de Alter do Chão e é acompanhado por agentes da Polícia Federal e militares da Marinha em seus passeios.
Exibir Gospel / Leiliane Lopes