Leandro Tarrataca*
Em tempos que usar
máscara passou a fazer parte do nosso quotidiano, costureiras habilidosas
produzem o item como um verdadeiro acessório de moda, camelôs se multiplicam
vendendo máscaras que não machuca a orelha e não embaça os óculos. Mas, essas
duas inovações prenderam minha atenção:
A máscara pesquisada
por Cientistas da Universidade Harvard e do Instituto de Tecnologia de
Massachusetts (MIT), eles desenvolvem uma nova máscara facial que brilha ao
entrar em contato com o novo coronavírus.
Outra inovação vem do
Japão, desenvolvida pela empresa Donut Robotics, a máscara facial “inteligente”
é capaz de traduzir o que o usuário está dizendo em oito idiomas diferentes.
Apesar das novas
tecnologias revolvendo ao redor das máscaras, seu uso não é novo, na verdade
máscaras são usadas por milênios pelas mais variadas razões. Um incidente
curioso sobre mascarar-se, ocorre quando Moisés após permanecer na presença de
Deus, tem seu rosto brilhando tão intensamente que causa medo a sua audiência e
por essa razão mascarou-se.
“Quando Arão e
todos os israelitas viram Moisés com o rosto resplandecente, tiveram medo de
aproximar-se dele.” (Êxodo 34:30)
“eles viam que o
seu rosto resplandecia. Então, de novo Moisés cobria o rosto com o véu até
entrar de novo para falar com o Senhor.” (Êxodo 34:35)
Essa história fica
ainda mais interessante quando lemos o comentário de Paulo sobre o episódio, o
apóstolo revela que se Moisés usou a máscara primeiramente para esconder o
brilho do seu rosto, posteriormente o mesmo Moisés continuou a usar a máscara
para esconder que seu rosto já não brilhava.
“Nós não fazemos
como Moisés, que cobria o rosto com um véu para que os israelitas não pudessem
ver que o seu brilho estava desaparecendo.” (2Co 2:13)
Moisés não é o único
a experimentar o desvanecer de sua luz e esconder-se por trás da máscara.
O filho pródigo
deixou a casa do pai e mascarou-se com sua herança.
Demas amou o presente
século e mascarou-se no entretenimento de Tessalônica.
A igreja de Éfeso
abandonou seu primeiro amor, mas mascarou-se em religiosidade.
E nós? Por trás de
nossas máscaras, ainda brilhamos? A máscara que protege pode ser também a
máscara que esconde.
*Leandro Tarrataca, pastor, mestre e doutor em Teologia.
www.leandrotarrataca.com