Juiz responsável pela Operação Lava Jato no Rio fala sobre
possibilidade de indicação ao STF e comenta com bom humor a preferência de Jair
Bolsonaro por ministro evangélico / Foto: Ana Branco / Agência O Globo
Foi em 2 de junho, um sábado ensolarado em Brasília, que o
juiz Marcelo Bretas, responsável pela Operação Lava Jato no Rio de Janeiro,
desembarcou na capital federal para uma conversa sigilosa no Palácio do
Planalto. A sua espera estava o presidente Jair Bolsonaro, que 48 horas antes
havia falado pela primeira vez na possibilidade de indicar um ministro
evangélico para o Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado é adepto e
praticante da religião evangélica.
Bretas não falou sobre o encontro, mas comentou a
possibilidade de ser indicado: “Se quero ser ministro do Supremo? Olha, não é
meu projeto de vida. Agora, sei que ser ministro do Supremo é uma promoção ao
topo da carreira. É o auge, o topo, uma honra. Quem ficaria triste com uma
promoção dessa?”
Desde a fala presidencial, o nome de Bretas passou a ser
tratado, com o do advogado-geral da União André Luiz de Almeida Mendonça, como
favorito para uma nomeação na Corte no futuro. Na semana passada, Bolsonaro
subiu o tom e disse que, das duas indicações a que terá direito até o fim do
mandato, uma será destinada obrigatoriamente a alguém “terrivelmente
evangélico”. “Não sei se sou terrivelmente, mas sou fiel”, disse Bretas aos
risos, para depois defender abertamente o critério apresentado para o cargo.
*Fonte: Revista Época