Pavimentação do pátio da Igreja Presbiteriana Ágape, em
Marilândia, no Noroeste do Estado do Espírito Santo, está sendo investigado por
suposto uso de servidores públicos (Foto: Reprodução)
A pavimentação do pátio da Igreja Presbiteriana Ágape, em
Marilândia, no Noroeste do Estado do Espírito Santo, virou alvo de uma
investigação. A obra estaria sendo feita por servidores públicos em horário de
trabalho, com material da prefeitura e a mando do secretário municipal de
Obras, Infraestrutura e Serviços Urbanos, segundo os funcionários disseram em
depoimento à polícia.
O flagrante da situação aconteceu na última terça-feira
(20), por Fabriano Peixoto, presidente da Associação dos Servidores Efetivos
Municipais de Marilândia (Aspemm). “Estava a caminho de casa quando vi que
tinham servidores da prefeitura trabalhando na igreja. Estranhei e perguntei o
que estava acontecendo e quem tinha mandado eles fazerem aquele trabalho”, contou.
Em seguida, Peixoto acionou o Legislativo Municipal. Atual
primeiro-secretário da Câmara de Marilândia, Adilson Reggiani (DEM) compareceu
ao local e constatou a irregularidade. “Conversei com os três funcionários que
estavam lá, uniformizados e em horário de trabalho. Eles confirmaram que
estavam trabalhando lá a mando do Executivo desde o dia anterior”, explicou.
A Polícia Militar e a Polícia Civil, então, foram acionadas
e todos os servidores foram levados para a 15ª Delegacia Regional, em Colatina,
para prestar depoimento.
No testemunho, segundo a polícia, eles disseram que estavam
lá a mando do secretário municipal de Obras, Infraestrutura e Serviços Urbanos,
Emílio Gava, e que, além de sua mão de obra, estavam empregando material da
prefeitura.
De acordo com o delegado Everton Mauro, um inquérito
policial foi aberto para investigar o caso e uma perícia deve ir ao local da
obra para verificar o emprego de recursos públicos na obra.
A suspeita, segundo ele, é de peculato, crime que se
caracteriza pelo desvio ou subtração de bens públicos – incluindo mão de obra –
em benefício próprio ou alheio.
O secretário de Obras, Infraestrutura e Serviços Urbanos,
Emílio Gava, também deve ser intimado a depor, assim como as pessoas citadas
nos depoimentos prestados. O caso seguirá sob a Delegacia de Marilândia.
O outro lado – Por meio de nota, a Prefeitura de Marilândia
informou que não executou nenhuma obra na igreja e que não houve utilização de
materiais públicos.
No entanto, confirmou que a Secretaria de Obras, Infraestrutura
e Serviços Públicos cedeu servidor para auxiliar na alocação de blocos de
concreto no pátio, por causa do atuante trabalho social prestado pela
congregação.
A equipe de reportagem da Gazeta tentou contato direto com o
secretário Emílio Gava durante dois dias, no entanto ele não atendeu a nenhuma
das ligações.
*Fonte: Gazeta online