Igreja Universal é condenada a indenizar pastor que foi obrigado a fazer vasectomia
A Justiça do Trabalho de São Paulo decidiu que a Igreja Universal do Reino de Deus deve pagar R$ 100 mil de indenização a um ex-pastor, identificado pelas iniciais M.B.S., por danos morais.
O ex-pastor alegou ter sido pressionado a realizar uma vasectomia como condição para se casar, sob ameaça de desobedecer às normas da instituição. M.B.S., que se associou à igreja aos 17 anos em 2003, ocupou cargos como pastor e supervisor de produção televisiva.
Ao planejar seu casamento em 2014, M.B.S. afirmou ter enfrentado pressões da instituição para se submeter à vasectomia. Ele argumentou que a igreja possui uma política interna que considera o casamento de funcionários do sexo masculino sem a realização da vasectomia como uma violação séria.
A advogada do ex-pastor, Themis Leão Pagani, destacou no processo a falta de justificativa válida para a igreja impor uma medida tão pessoal aos funcionários.
A defesa da Igreja Universal, representada pelas advogadas Simone Evangelista e Simone Galhardo, negou as acusações, alegando a ausência de evidências que comprovem a realização da vasectomia e classificando as alegações de M.B.S. como falsas.
Apesar disso, a juíza Franciane Aparecida Rosa, responsável pelo caso, não aceitou os argumentos da igreja, ressaltando em sua decisão que depoimentos confirmaram a imposição da vasectomia como requisito para pastores que desejam contrair matrimônio.
A Igreja Universal do Reino de Deus já interpôs recurso contra a decisão da justiça.
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