Pirâmide financeira: dicas para não cair no golpe sofrido por Juliana PaesVocê provavelmente já foi abordado – principalmente nas redes sociais – por pessoas pedindo a sua atenção para mostrar uma oportunidade única para incrementar a sua renda, ou oferecendo ganhos rápidos a partir de um investimento. São as chamadas “pirâmides financeiras”. Mas não se engane: trata-se de um golpe que faz muitas vítimas. A atriz global Juliana Paes foi vítima recentemente da prática.
O especialista em investimentos, professor e coordenador de pós-graduação da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Marcelo Cambria explica que o golpe atrai muitos adeptos devido a oportunidade de ganhos rápidos e vultuosos.
No sistema da pirâmide financeira, a principal receita é a remuneração pela indicação de novos membros. As vítimas são atraídas pela oportunidade de aportar recurso, ganhar lucros muito acima daqueles que são possíveis dentro das condições habituais do mercado.
“Isso impressiona muito quem cai no golpe. É uma estrutura financeira que parece investimento, mas na prática não funciona desta forma já que não haverá recursos para todos em um eventual saque generalizado de todos os integrantes. É um produto que promete e não entrega, porque ele é baseado em crescimento permanente da base: quem entra financia os participantes mais antigos mas, como não gera rendimento, a estrutura não se sustenta.”, explica Cambria.
O percentual de ganho prometido é muito relativo. “Há pirâmides que prometem ganhos fixos mensais de até 4%, o que é inviável. Nada entrega retorno geométrico garantido ao mês e ao ano nessa magnitude”, diz.
As pirâmides financeiras são divulgadas de maneira sutil em redes sociais. “A chamada é sempre algo que você vai investir, trazendo argumentos de credibilidade. Geralmente está associado a bens de luxo como casas e viagens, alguém com sucesso, mostrando performance, e que quer dividir expertise com quem entrar no segmento”.
A crise financeira decorrente da pandemia do novo coronavírus aumentou a janela de oportunidade para quem cria essa estrutura e marketing fraudulenta. “Quem tem recursos ou perdeu uma parte, vê nessa oportunidade uma forma de repor perdas relevantes ou viver de renda mensal. Mas é o contrário, você perde tudo”.
Os fraudadores, no geral, não têm autorização de órgãos como o BACEN, ANBIMA ou CVM para atuarem como gestores ou assessores de investimentos.
Contudo, apesar deste cenário de fraude extrema, é possível recuperar uma parte ou todo o dinheiro perdido.
“O fraudador certamente será processado e intimado a devolver o recurso. Ele dará como resposta que era uma atividade lícita, mas teve perdas. O que não é verdade, os recursos, todo ele ou uma parte, são usados para benefícios próprios”.
Como alerta, o especialista alerta para desconfiar de ganhos fáceis. “Isso não existe, não acredite. Se houvesse ganho fácil, todos que participam já estariam ricos e você já teria ouvido isso antes. Duvide sempre e não deixe se impressionar”, finaliza.
O especialista
Marcelo Cambria é Doutorando em Contabilidade na FEA-USP. Doutorando em Administração na FEI, linha Gestão Estratégica, Finanças Sustentáveis. Mestre em Controladoria e Contabilidade pela FEA/USP e bacharel em Ciências Contábeis pela FEA/USP. Professor e consultor de Contabilidade, Finanças, Mercado Financeiro e de Derivativos. Sócio-proprietário da MC Consult. Co-autor do livro “Curso de Mercado Financeiro – Tópicos Especiais.” da Ed. Atlas e revisor do livro “Administração Financeira”, do Stephen Ross, 10ª edição, Ed. McGraw-Hill. 22 anos de experiência em finanças e mercado financeiro: na Sabesp, assessor do diretor executivo de finanças, contabilidade, riscos e relações com investidores. Experiência no maior banco privado do Brasil, na área de políticas contábeis para as operações da tesouraria do banco de investimentos, e também nas áreas de gestão de ativos, de produtos (B3 e Citibank), operações de custódia e de tesouraria (HSBC, Banco Barclays e BankBoston) e na corretora HSBC. Foi membro do Comitê de Serviços Qualificados de Custódia e Controladoria da ANBIMA em 2011. Participa da ABBC para a implementação de IFRS para bancos. Sobre a FECAP
A Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) é referência nacional em educação na área de negócios desde 1902. A Instituição proporciona formação de alta qualidade em todos os seus cursos: Ensino Médio (técnico, pleno e bilíngue), Graduação, Pós-graduação, MBA, Mestrado, Extensão e cursos corporativos. Dentre os diversos indicadores de desempenho, comprova a qualidade superior de seus cursos com os resultados do ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) e do IGC (Índice Geral de Cursos), no qual conquistou o primeiro lugar entre os Centros Universitários do Estado de São Paulo. Em âmbito nacional, considerando todos os tipos de Instituição de Ensino Superior do País, está entre as 5,7% IES cadastradas no MEC com nota máxima.
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