Os cuidados com a casa e a família são um dos principais desafios para as mulheres empreendedoras do Brasil. É o que revela uma pesquisa da Rede Mulher Empreendedora (RME). Segundo os dados, 79% das empresárias entrevistadas acreditam que esse fator atrapalha mais as mulheres do que os homens que empreendem no País.
Nesta sexta-feira (19/11), é comemorado o Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino. A data foi criada em 2014 pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de incentivar as mulheres a abrirem o próprio negócio.
“Muitas mulheres ainda não têm apoio e reconhecimento de que seus negócios, ainda que pequenos, fazem parte de um ecossistema potente e que gera muita riqueza”, comenta Ana Fontes, fundadora e presidente da Rede e do Instituto Rede Mulher Empreendedora.
De acordo com a pesquisa da entidade, 26% das mulheres entrevistadas iniciaram o próprio negócio atual durante a pandemia de coronavírus, que teve início em 2020. O desemprego e a falta de renda gerada pela crise sanitária foram fatores que levaram muitas mulheres a empreender.
Mas o movimento empreendedor entre o público feminino vem crescendo antes da Covid-19 no Brasil, principalmente na esfera das pequenas e médias empresas. Dados do Sebrae, replicados em um artigo sobre empreendedorismo feminino da empresa Omie, mostram que, até 2016, 43% das empresas no Brasil pertenciam a mulheres.
A publicação também elenca um dos principais desafios das empreendedoras brasileiras. “A falta de autoconfiança talvez seja o desafio mais comum entre as mulheres na hora de empreender, muitas vezes devido à sociedade patriarcal que crescemos, em que as mulheres foram quase sempre vistas como ‘dona do lar’, com a única função de cuidar da casa, do marido e dos filhos”, pontua o artigo da plataforma de gestão em nuvem e sistema de ERP.
No arquivo de lançamento da pesquisa “Mulheres Empreendedoras 2021”, Ana Fontes observa que é fundamental o público feminino conquistar espaço e cada vez mais independência financeira.
“De forma geral, as mulheres se sentem mais independentes, confiantes e seguras quando têm uma geração de renda própria, permitindo que ela mude sua condição dentro de relacionamentos abusivos”, afirma.
Por: Leilaine Lopes