A pandemia de Covid-19 deixou marcas profundas nos padrões de casamento no Brasil, conforme apontam os dados mais recentes da pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Um dos destaques é o aumento significativo no número de divórcios. Em 2022, foram concedidos 420.039 divórcios, representando um aumento de 8,6% em relação a 2021. Essa alta na taxa de divórcios é acompanhada por uma queda no número total de casamentos no país, que vem sendo observada desde 2015.
A pandemia, especialmente em 2020, teve um impacto direto nesse cenário. As restrições sanitárias e as orientações de distanciamento social impossibilitaram a realização de cerimônias, levando muitos casais a adiarem seus planos de casamento. Em 2021 e 2022, apesar da retomada das cerimônias com as campanhas de vacinação em massa e a flexibilização das medidas de contenção da Covid-19, o número de casamentos ainda não conseguiu superar a média dos cinco anos anteriores à pandemia.
Além disso, o tempo médio de casamento está em queda. Em 2010, era de cerca de 16 anos, e em 2022, caiu para 13,8 anos. Esse fenômeno pode estar relacionado ao aumento dos divórcios e ao fato de que, em 2022, 30,4% de todos os registros de casamentos civis entre pessoas de sexos diferentes envolviam pelo menos um cônjuge divorciado ou viúvo.
Outro dado que chama a atenção é o aumento do porcentual de divórcios judiciais entre casais com filhos menores de idade em que a sentença inclui a guarda compartilhada dos filhos. Em 2022, esse porcentual chegou a 38%, mostrando uma mudança nas dinâmicas familiares após o divórcio.
Redação Exibir Gospel