O novo primeiro-ministro da Síria, Mohamed al-Bashir, que comandará a transição até 1.º de março, garantiu nesta quarta-feira, 11, que a coalizão rebelde que derrubou o ditador Bashar Assad assegurará os direitos de todos os grupos religiosos do país. Ele pediu aos sírios que fugiram da guerra para voltarem para casa.
Bashir busca legitimidade internacional e tenta passar uma imagem de moderado para facilitar o reconhecimento externo do novo governo. Ahmed al-Sharaa, líder da aliança rebelde que derrubou Assad, pediu que outros países entreguem “criminosos” sírios envolvidos em tortura ou assassinato de presos políticos. “Não vamos perdoar”, disse Sharaa, também conhecido como Abu Mohamed al-Golani.
A comunidade internacional está preocupada com os atos de violência após a queda da ditadura. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) alertou que grupos armados realizaram ataques retaliatórios contra civis em áreas leais a Assad. O OSDH não forneceu detalhes, mas relatos indicam que grupos de pistoleiros estão se preparando para caçar ex-comandantes militares de Assad.
Um dos obstáculos para o reconhecimento imediato do novo governo é o fato de o grupo Tahrir al-Sham (HTS), que liderou a revolta, ter surgido do Estado Islâmico e da Al-Qaeda. Os líderes rebeldes garantem que romperam com o jihadismo, mas continuam na lista de terroristas de vários países ocidentais, incluindo EUA e ONU. “Porque somos islâmicos, garantiremos os direitos de toda a população e de todas as religiões na Síria”, disse Bashir ao jornal italiano Corriere della Sera.
Embora a Síria seja um país de maioria muçulmana sunita, tem significativas comunidades de cristãos, drusos e outras que aderem a diferentes linhas do Islã. A família de Assad e muitas das principais figuras do regime são alauitas, uma variante do xiismo.
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