O número de evangélicos tem crescido em Cuba nos últimos anos, especialmente após a pandemia e o agravamento da crise econômica. O movimento se destaca entre os jovens e já é visível até nas ruas de Havana, onde grupos se reúnem para orar publicamente, algo impensável há pouco tempo.
O país, que já foi oficialmente ateu e ainda vive sob o controle do Partido Comunista desde 1959, enfrenta hoje um novo cenário religioso. “Sem dúvida temos visto um aumento [dos evangélicos] nos últimos cinco anos”, afirma Pedro Alvarez Sifontes, pesquisador da Universidade de Havana, em entrevista à BBC.
A pandemia da Covid-19 e a falta de perspectivas econômicas têm levado muitos cubanos a buscar apoio espiritual. “Momentos de crise chamam as pessoas à fé”, explica Eliecer Portal, teólogo batista que vive no interior do país.
Mesmo com o crescimento, os evangélicos ainda enfrentam dificuldades. Muitas igrejas não são reconhecidas oficialmente e funcionam de forma ilegal, ficando sujeitas a multas, fechamento e até demolições.
Além disso, líderes religiosos que criticam o regime podem ser perseguidos, presos ou impedidos de viajar. Seus familiares também sofrem ameaças, como a perda da guarda dos filhos.
Cuba aparece na 73ª posição da Lista Mundial de Perseguição Religiosa da Missão Portas Abertas. Segundo a entidade, os principais responsáveis pela repressão são autoridades do governo, partidos políticos e grupos ideológicos alinhados ao regime.
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