Um homem identificado como Paulo Giovani Moraes, está sendo acusado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de abuso sexual. Ele foi reconhecido como pastor da Segunda Igreja Batista em Vieira fazenda, na Favela do Jacarezinho, no Jacaré, na Zona Norte do Rio, local onde teria praticado os crimes.
A primeira denúncia surgiu a pós a desconfiança de uma mãe quanto ao comportamento do filho, um adolescente. Ela contou que seu filho entrou em depressão por causa dos abusos e ameaças de Giovani, mas que inicialmente não sabia o motivo.
“Eu notava que ele, à noite, ficava muito no celular, demorava a dormir. Comecei a me preocupar. Diante disso, eu falei: tenho que arrumar um jeito de colocar alguma coisa no Whatsapp para ver o que ele conversa. Foi um choque muito grande porque onde eu sentia segurança foi onde foi minha decepção”, disse ela.
Inquieta com a situação do filho, a mulher que não quis se identificar investigou o celular do jovem e descobriu mensagens eróticas trocadas com o líder religioso, incluindo imagens das suas partes íntimas.
Após isso, a mãe disse que o filho não denunciou antes por medo do agressor. “Ele se sentia ameaçado, tinha medo, porque o Giovanni falava que ninguém ia acreditar nele. Meu filho entrou em depressão duas vezes. Em novembro de 2017 ele não levantava da cama, não tomava banho, não abria o olho, tudo devido a essa situação”, contou, segundo O Dia.
Após a denúncia feita pela mãe, a polícia intimou Giovani, que se declarou ex-homossexual, a prestar esclarecimentos em novembro passado. Ele alegou que foi “seduzido pela vítima”. Entretanto, a descoberta de novos casos envolvendo estupro de garotos dentro da própria igreja reforçou a denúncia contra ele.
“Foi como uma avalanche. Quando a primeira vítima aparece, as demais tomam coragem e resolvem também denunciar o abusador”, disse o promotor Sauvei Lai, que também lembrou do médium espírita João de Deus, que inicialmente foi acusado de abuso sexual apenas por uma mulher, seguida de outras centenas.
No caso de Giovani, a polícia descobriu que ele já havia sido acusado do mesmo crime em 2010, chegando a ser preso em flagrante na 14ª DP (Leblon), mas que foi absolvido em seguida.
Com às denúncias recentes, no entanto, Giovani poderá pegar até 301 anos de prisão por pelos crimes de estupro de vulnerável, comum e qualificado, por se tratar de menores, além de conteúdo erótico envolvendo crianças.
*Com informações de G1.