A Igreja Presbiteriana do Brasil tem recebido muitas críticas por conta do seu posicionamento político. Nos próximos dias, o Supremo Concílio da denominação decidirá se, pela primeira vez na história, a igreja se posicionará politicamente apoiando a reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
Nesse posicionamento, a igreja ensinará sobre os princípios do comunismo, do marxismo e do pensamento de esquerda em geral. A ideia é alertar os cristãos sobre os perigos dessas ideologias.
Diante das repercussão, a Assessoria Jurídica da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (ANAJURE) emitiu uma nota pública para esclarecer que a entidade religiosa tem direito de se posicionar politicamente e que isso não fere a laicidade do Estado.
“É necessário ressaltar que a adoção de uma posição eclesiástica crítica a uma corrente política de pensamento não apresenta, por si só, qualquer incompatibilidade com o ordenamento jurídico brasileiro. Na realidade, trata-se de algo que decorre da adoção da laicidade estatal e da liberdade religiosa”, diz a nota.
O texto dos juristas cita a Constituição para provar que, juridicamente, o posicionamento não é ilegal.
“Dessa forma, se, por um lado, é possível tecer críticas à posição da IPB quanto ao comunismo e ao pensamento de esquerda em geral, não é possível, por outro, rechaçar a visão doutrinária da instituição, uma vez que todas organizações e indivíduos religiosos possuem a liberdade de professar suas crenças por meio do ensino”, completa a nota.
“Isso envolve a concepção da IPB de que o comunismo e o pensamento de esquerda são incompatíveis com sua própria cosmovisão, e lhes permite, como consequência, buscar orientar seus líderes e membros sobre a incongruência entre o respectivo pensamento político e a doutrina da instituição”, finaliza os juristas da ANAJURE.
Redação Exibir Gospel / Leiliane Lopes