No país onde a perseguição é extrema, um cristão foi punido com chicotadas quando a nova fé foi descoberta
A Unificação da Arábia Saudita aconteceu no dia 23 de setembro de 1932. Antes, o país era segmentado em tribos e emirados independentes que se uniram sob a direção da família Saud, que instaurou a atual monarquia que administra o país. A nação que abriga duas cidades sagradas do islamismo, Meca e Medina, pressiona os cristãos. Não é permitido construir igrejas, realizar cultos ou compartilhar a fé cristã e, quando há denúncias dessas práticas, as punições podem envolver prisão ou outros tipos de violência.
A maioria dos cristãos no país são estrangeiros que moram na Arábia Saudita e se reúnem secretamente pelo risco de deportação. Os poucos cristãos de origem muçulmana enfrentam pressão ainda maior da sociedade majoritariamente muçulmana, por isso também mantêm a fé em segredo. Um parceiro local relatou que a pressão aos cristãos é tão grande que não há igrejas oficiais no país.
Um novo começo para Adam
Em setembro de 2021, compartilhamos a história de Adam*, um cristão de origem muçulmana perseguido na Arábia Saudita. Após receber chicotadas como punição quando sua nova fé foi descoberta e ser acusado injustamente pela própria família por crimes que não cometeu, Adam, a esposa, Hope*, e os filhos tornaram-se refugiados. Ele agradece o apoio durante a prisão e perseguição na Arábia Saudita: “Estamos em segurança agora. Suas orações foram atendidas. Vocês nos ajudaram quando mais precisamos. Continuem orando pela igreja e pelos cristãos sauditas que não tiveram a mesma oportunidade que eu”.
Hakeem, um amigo próximo da família disse: “Adam, Hope e os filhos participam de uma igreja no país onde estão e, apesar do passado difícil, estão seguros e recebendo apoio psicológico. Com a ajuda da Portas Abertas, a família recomeçou a vida no novo país”.
Permanecer ou partir
“Adam está procurando oportunidades de emprego. Ele era um homem de negócios na Arábia Saudita e ainda não encontrou uma nova ocupação. Ele luta contra o sentimento de fracasso e o desejo de voltar para lá, mesmo que fosse preso novamente”, acrescentou Hakeem.
“Nós não costumamos tirar cristãos dos países. Em geral, encorajamo-nos a permanecer, mas o caso de Adam foi uma emergência. Ele havia enfrentado muitos desafios e estava muito exposto. A permanência dele era um risco para si mesmo e para outros cristãos sauditas. Levará um tempo para que a família supere o trauma, mas ao menos agora eles usufruem de maior liberdade e contam com o apoio de outros cristãos”, concluiu Hakeem.
*Nomes alterados por segurança.