A Rede Globo vai exibir no dia 8 de agosto, após o Globo Repórter, o primeiro episódio da série “Sons de São Paulo – Música Religiosa”, com a participação da bispa Sonia Hernandes, fundadora da Igreja Renascer em Cristo.
Na chamada do programa, Sonia declara: “Quando você está muito próximo da presença de Deus, não tem como não adorar”. Ela aparece como representante do gospel, ao lado de expressões da música católica e de tradições afro-brasileiras.
A presença da líder evangélica surpreende pelo histórico de tensão entre sua igreja e a emissora. A disputa mais conhecida envolveu a marca “Renascer”, registrada por Estevam e Sonia, o que impediu a Globo de usá-la para licenciar a novela homônima de 1993.
Além disso, a Rede Globo foi responsável por coberturas negativas contra o casal Hernandes, como denúncias de estelionato, lavagem de dinheiro e pirâmide financeira, amplamente veiculadas pelo Jornal Nacional e pelo G1. Bens da família chegaram a ser bloqueados e investigados.
Durante anos, líderes e fiéis evangélicos acusaram a Globo de promover valores contrários à Bíblia. O apelido “Babilônia” se popularizou entre cristãos por representar, segundo eles, uma cultura de rebelião espiritual e decadência moral, com críticas à exibição de cenas homoafetivas e adultério em novelas.
Apesar disso, a emissora tem adotado uma postura mais amigável com o público evangélico nos últimos tempos. Além de festivais gospel e personagens religiosos nas novelas, a próxima trama das 21h, Três Graças, trará um presidiário convertido como protagonista.
O grupo Renascer Praise, ligado à igreja da bispa, tem até uma canção chamada “Caiu a Babilônia”, que simboliza a queda de tudo o que se opõe a Deus, numa crítica velada à emissora carioca.
A iniciativa da Globo de incluir Sonia no especial musical marca um novo capítulo dessa relação, que já foi marcada por conflitos judiciais, disputas simbólicas e acusações públicas.
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