DA REDAÇÃO POR CRIS BELONI
Nos últimos cinco anos houve um crescimento acelerado das criptomoedas, em especial a Bitcoin – já considerada a “moeda mais famosa do mundo”. Para os entusiastas da novidade elas representam o início de uma nova era no mercado financeiro, para alguns especialistas há riscos envolvidos e ainda, para alguns cristãos, ela pode ser a “moeda única” preparada para o fim dos tempos. Por outro lado, os investidores, entre eles muitos pastores, acreditam que o dinheiro em espécie esteja chegando ao seu fim, por isso decidiram mergulhar nessa nova modalidade de investimento.
ENTENDA OS TERMOS
CRIPTO + MOEDA. Cripto é uma palavra que vem do grego kryptós e significa “secreto” ou “oculto”.
Moeda é o meio pelo qual são efetuadas transações monetárias. Criptografar é uma forma de proteger ou tornar algo inacessível a outros. Por exemplo: a criptografia (escrita oculta) é um mecanismo de segurança e privacidade que torna determinados textos acessíveis somente a quem possui os códigos de “tradução” da mensagem. Atualmente, sistemas de criptografia são utilizados por usuários de aplicativos e softwares de troca de mensagens instantâneas, como o Whatsapp.
No caso da criptomoeda é a nomenclatura usada para definir a moeda digital, ou seja, o dinheiro que é criptografado para garantir segurança e proteção.
O criptodinheiro só existe no mundo virtual e por não estar atrelado a nenhum sistema bancário, não exige o pagamento de taxas ou impostos. Especialistas garantem que a criptografia utilizada nesse tipo de moeda é feita através de códigos extremamente difíceis, logo impede a ação de hackers e outros criminosos que atuam online.
SOBRE O BITCOIN
Depois da crise financeira de 2008, iniciada nos Estados Unidos e que abalou o sistema financeiro internacional, especialistas questionaram a segurança nos processos realizados nesse mercado. Rafael Bumbeers, que é economista e professor universitário, explica que “Satoshi Nakamoto” emitiu, na ocasião, as primeiras Bitcoins buscando a solução para “uma bolha que estourou”, explicou.
Sobre Satoshi Nakamoto “há quem diga que é um grupo, há quem diga que é uma única pessoa”, disse o economista. Sua identidade permanece desconhecida e pode até mesmo ser um pseudônimo. Isso tem sido objeto de muita especulação. Seja como for, a moeda virtual criada sob este nome, é gerada por sistemas computacionais de forma descentralizada e criptografada, o que garante a segurança dos dados. “É uma forma de transacionar sem a necessidade de auditoria, acompanhamento ou regulação específica”, esclareceu Bumbeers
Bit+Coin. A palavrinha inglesa “bit” é a sigla para Binary Digit, que em português significa Dígito Binário, ou seja, a menor unidade de informação que pode ser armazenada ou transmitida. Um bit pode assumir somente dois valores, como 0 ou 1. A tradução de “coin” para o português é moeda.
O processo de criação de um Bitcoin é chamado de “mineração”. Segundo Andressa Neves, do Portal de Notícias Canaltech, em 2009 qualquer pessoa que tivesse o software poderia “minerar”, mas a partir do crescimento da moeda, o número de “mineiros” foi reduzido, ficando a tarefa de criar Bitcoins restrita apenas para quem tem computadores com hardware robusto. “O sistema foi desenvolvido para que sejam produzidas apenas 21 milhões de unidades em todo o mundo”, explicou.
Pode-se dizer que é relativamente nova e também a pioneira entre as moedas digitais. No Japão, é um meio de pagamento corriqueiro e, em vários países, muitas empresas já se adaptaram à nova tecnologia. No Brasil, no entanto, ainda é novidade para muitos. Especialistas alertam que, por enquanto, é mais um “meio de pagamento” do que uma moeda em si. Estima-se que mais de 1 milhão de brasileiros estejam investindo atualmente.
COMO CONSEGUIR BITCOINS
A mineração não é a única forma de adquirir Bitcoins. “É possível comprar a criptomoeda em corretoras ou vendendo produtos/serviços em sua troca. Os Bitcoins ficam armazenados em uma carteira virtual, gerada ao usuário no momento de seu cadastro no sistema. Para isso, é emitido ao usuário um endereço com letras e números que deverá ser utilizado para a efetivação das transações”, esclareceu Andressa. Além disso, todas as transações efetuadas ficam armazenadas no “blockchain”, que funciona como um banco de dados descentralizado e que identifica todas as movimentações.
Avanço das moedas digitais
Fernando Ulrich, analista-chefe da XDEX, uma plataforma de compra e venda de moedas digitais, afirmou durante uma entrevista ao Correio Braziliense que as criptomoedas fazem parte de uma tecnologia que impacta a instituição do dinheiro. “É um processo que vai levar décadas, e é de difícil previsão. Sabemos que as moedas digitais avançaram, mas ainda é muito cedo para dizer que estão a ponto de substituir o dinheiro tradicional”, avaliou.
A criação do Bitcoin foi um experimento e também “o projeto de computação mais potente do planeta inteiro”, opinou o economista. Para ele, o sistema financeiro atual é antiquado para o mundo moderno. “Os bancos gastam muito dinheiro com infraestrutura bancária e com segurança para manter um sistema sem fraudes”, acrescentou. Durante uma palestra exibida pelo canal TEDx, no YouTube, o especialista explicou que “o Bitcoin é muito mais que uma moeda digital, é também um sistema de pagamento global, sem fronteiras, não depende de nenhum banco e de nenhum governo. Além disso, funciona através de uma rede totalmente descentralizada. É algo de fato revolucionário”, observou. Por esse ponto de vista, a concorrência aos governos já foi anunciada. “É impossível parar o Bitcoin porque não tem quem cercear, não existe um endereço físico onde se possa enviar um oficial de justiça mandando encerrar as atividades. É uma rede paralela ao sistema financeiro tradicional e que está contra esse sistema”, resume. Bitcoin – A moeda do fim dos tempos?
TECNOLOGIA INCLUSIVA
“Financeiramente, o Bitcoin oferece uma tecnologia inclusiva”, afirmou Ulrich. Segundo ele, é estarrecedor o número de brasileiros “desbancarizados” internacionalmente. Ele observou também que quase metade das pessoas no Brasil não têm sequer acesso à conta bancária ou serviços financeiros básicos. “O Bitcoin tem uma tecnologia transformadora capaz de incluir essas pessoas ao sistema financeiro através de um simples telefone móvel e o acesso à internet. Será que não é esse tipo de tecnologia que estamos precisando?”, lançou a questão.
SOB O OLHAR DO BANCO CENTRAL
As moedas virtuais não são emitidas, garantidas ou reguladas pela autoridade monetária e as empresas que as ofertam não são supervisionadas por órgãos competentes. Por esses motivos, o Banco Central (BC) faz o seu alerta: “O cidadão que decidir utilizar os serviços prestados por essas empresas (que ofertam as criptomoedas) deve estar ciente dos riscos de eventuais fraudes ou de outras condutas de negócio inadequadas, que podem resultar em perdas patrimoniais”. O posicionamento oficial do Banco Central, no entanto, declara somente que a moeda não é regulada por ele e que não há uma legislação específica disponível, mas em nenhum momento classifica a utilização do Bitcoin como algo ilícito.
MERCADO DEVE SER PROMISSOR EM 2019
Depois de forte alta em 2017 e queda repentina em 2018, especialistas preveem um novo tempo para a criptomoeda. Bruno Peroni é diretor comercial da plataforma automatizada de investimento Atlas Quantum. Ele é otimista ao dizer que “mesmo com a grande desvalorização do ano passado, o ativo vem apresentando uma sequência de fundos cada vez mais altos, como se percebe nas mínimas de cada ano”, disse em entrevista à Revista IstoÉ. A empresa oferece um robô que avalia a cotação da criptomoeda 24 horas por dia, sete dias por semana, no mundo todo. Segundo especialistas no setor, a expectativa nesse cenário é de que investidores institucionais realizem injeções significativas de recursos no Bitcoin. Diante disso, a tendência é de valorização das criptomoedas de modo geral.
Embora a Bíblia não se utilize especificamente do termo “moeda mundial”, ela fornece ampla evidência para que seus leitores cheguem à conclusão de que ela existirá de fato sob o governo do Anticristo nos últimos dias. O livro de Apocalipse descreve algum tipo de marca satânica que será necessária para comprar e vender. Aquele que recusar a tal “marca” será incapaz de fazer qualquer tipo de negociação, até mesmo na hora de comprar alimentos. Isso quer dizer que a marca será necessária para a sobrevivência humana. “Também obrigou todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, a receberem certa marca na mão direita ou na testa, para que ninguém pudesse comprar nem vender, a não ser quem tivesse a marca, que é o nome da besta ou o número do seu nome. Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Seu número é seiscentos e sessenta e seis.” (Apocalipse 13.16-18)
O texto bíblico fala de um sistema que entrará em vigor no mundo todo. Embora haja muita especulação sobre o tema, ninguém sabe como a marca será inserida nas pessoas ou até mesmo se a citação se refere ao mundo físico ou espiritual. Fato é que as tecnologias disponíveis no presente século poderiam realizar esse intento facilmente. Em sua matéria “A moeda mundial está apenas a um clique de distância?”, divulgada no site Chamada, Christopher J. Katulka comenta sobre uma proposição da ONU (Organização das Nações Unidas): “Não muito tempo depois da recessão dos Estados Unidos que se espalhou globalmente em 2008, a Conferência Sobre Comércio e Desenvolvimento da ONU propôs uma moeda mundial gerenciada, um ‘Global Reserve Bank’ (Banco Central Global), para ajudar a sair da dominação do dólar e impedir que uma moeda única afete negativamente a economia global. O relatório de 218 páginas declara que uma moeda controlada internacionalmente ajudaria a estabilizar cada país-membro”.
Para ele, a ideia de uma moeda global não está somente nas mentes dos burocratas da ONU, mas também nas mentes daqueles que chegaram ao ponto de não mais confiar no sistema bancário em geral. Citando o Bitcoin, Katulka aponta para uma característica que pode ser facilmente alterada no futuro. “Esse sistema oferece transações anônimas, no entanto, a capacidade de controlar a moeda digital para supervisionar compras seria algo simples de se implantar”, alertou. Depois citou uma frase do autor John Dyer: “Quando a tecnologia tiver nos distraído tanto a ponto de já não a examinarmos mais, ela terá a maior oportunidade para nos escravizar”. E finaliza:“Vivemos em uma cultura que mergulha de cabeça na tecnologia, sem jamais avaliar as consequências a longo prazo. E, embora a Bitcoin possa ou não ser confiável, ou ser a moeda única do mundo no futuro, ela revela que há uma infraestrutura, um desejo e um mercado para uma moeda sem dinheiro, digital e global.
A pergunta é: Quem a controlará?”.