Cristãos em Cuba estão enfrentando uma grave escassez de alimentos e aumento da perseguição, conforme relataram pastores locais em julho. O país, que ocupa a 26ª posição no ranking mundial de perseguição religiosa, passa por sua pior crise desde a queda da União Soviética.
“A crise já dura anos, mas os últimos foram os piores em termos de escassez de alimentos”, afirmou Antonio*, pastor há mais de três décadas. Segundo ele, a falta de comida e remédios já obrigou hospitais a mandarem pacientes para casa sem tratamento.
A situação econômica também é agravada pelo controle estatal da produção. “Você não pode vender o que produz. Tudo vai para o governo, que paga menos do que o custo de produção”, explicou Miguel*, comerciante e pastor. Ele ainda denunciou o aumento das restrições a líderes religiosos, especialmente os que têm contatos fora do país.
Dados do Observatório Cubano de Direitos Humanos indicam que sete em cada dez cubanos deixaram de comer por falta de recursos. Em meio a isso, as igrejas têm tentado agir com o pouco que têm. “A igreja oferece mais do que palavras, ela traz sustento e esperança. Mas está cada vez mais difícil ajudar”, disse Antonio.
Organizações internacionais têm contribuído com doações. Desde 2021, a Portas Abertas já distribuiu alimentos a cerca de 500 famílias e apoiou sete projetos de geração de renda, como venda de porcos e cultivo de cacau. “Embora o número de beneficiados ainda seja pequeno, é um avanço”, destacou Josué Váldez*, parceiro da organização.
Mesmo sob vigilância e restrições, as igrejas continuam sendo um ponto de apoio essencial para milhares de cubanos. A solidariedade entre cristãos tem sido uma resposta prática em meio à fome e à repressão.
Ajuda para quem mais precisa
A Portas Abertas atua em mais de 70 países na missão de prover as necessidades da Igreja Perseguida. Com uma doação, você mantém esse trabalho com alimento, água, Bíblia, treinamento e outras necessidades emergenciais de nossa família da fé.