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15/11/2025

Entretenimento

Debate no Senado expõe impasse sobre projeto que proíbe mudanças na Bíblia

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A Comissão de Educação do Senado discutiu, nesta quinta-feira (30), o projeto de lei que proíbe alterações nos textos da Bíblia. A proposta, de autoria do deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA), já foi aprovada na Câmara e agora tramita no Senado sob relatoria da senadora Dra. Eudócia (PL-AL). O debate foi promovido a pedido da senadora Damares Alves (Republicanos-DF).

Durante a audiência, Damares afirmou que o tema envolve “questões complexas”, mas ressaltou que a maioria da população brasileira é cristã e tem a Bíblia como referência de fé. Ela destacou que líderes religiosos pediram mais diálogo antes de qualquer votação.

O diretor-executivo da Sociedade Bíblica do Brasil, Erní Walter Seibert, alertou que o projeto pode gerar conflitos jurídicos e acadêmicos, já que o texto bíblico passou por adaptações ao longo da história, como a inclusão de capítulos e versículos.

Representantes religiosos também manifestaram preocupação com o impacto nas traduções da Bíblia para línguas indígenas e com a liberdade de interpretação. O pastor Paulo Nunes, do Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas, afirmou que “a palavra de Deus não precisa de proteção estatal”.

Juristas e teólogos lembraram que a proposta pode ferir o princípio do Estado laico. O advogado Renato Herani, da Igreja Universal do Reino de Deus, disse que o projeto “transforma o Estado em guardião teológico”. Já o teólogo Rudolf von Sinner classificou a iniciativa como “ingerência inconstitucional” em assuntos religiosos.

Outros especialistas, como Walter Altmann e Lourenço Rega, ressaltaram que não existe uma versão única da Bíblia. Rega defendeu uma emenda apresentada pelo senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) que foca na liberdade de pregação, sem impor uma versão oficial.

O pastor Franklin Ferreira e o padre Cássio Murilo, da CNBB, também se opuseram ao texto original. Para eles, a proposta confunde o papel da fé e do Estado e pode limitar o diálogo entre diferentes tradições cristãs.

A audiência foi interativa, com participação de internautas pelo portal e-Cidadania. As opiniões se dividiram entre quem defende a preservação literal do texto bíblico e quem teme que o projeto abra espaço para censura e restrições a pesquisas e novas traduções.

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