Um alerta foi divulgado pelo The New York Times em 30 de abril de 2025 sobre um fenômeno chamado “Italian Brain Rot”, que viralizou nas redes, especialmente no TikTok, desde janeiro deste ano. O termo se refere a vídeos com personagens absurdos, gerados por inteligência artificial, que já somam mais de 3 bilhões de visualizações.
O conteúdo mistura animais, objetos e estereótipos italianos, sempre com músicas ou falas sem sentido. Um dos exemplos é a personagem “Ballerina Cappuccina”, uma bailarina com uma xícara de cappuccino no lugar da cabeça, criada em março por um jovem da Romênia. Seu vídeo ultrapassou 45 milhões de visualizações.
Especialistas explicam que esses vídeos são classificados como “brain rot”, expressão que significa “apodrecimento cerebral”. O termo indica o efeito de consumir conteúdo considerado bobo, sem sentido ou que não estimula o raciocínio.
De acordo com Yotam Ophir, professor da Universidade de Buffalo, esse tipo de material funciona como uma piada interna para quem vive muito tempo conectado. Ele alerta que, apesar de parecer só uma brincadeira, esses conteúdos podem gerar impactos negativos, como dependência digital e dificuldade de concentração.
O professor Philip Lindsay, que trabalha com adolescentes nos Estados Unidos, também observa que o fenômeno já saiu do mundo virtual. Alunos desenham os personagens nas aulas, repetem falas dos vídeos e usam isso como parte do vocabulário diário, sem entender exatamente o que significa.
O maior risco, segundo os especialistas, é que esse tipo de conteúdo pode ser usado de forma mal-intencionada. Alguns vídeos, por exemplo, começaram a circular com trilhas de tom racista ou que fazem apologia à violência, como bombardeios.
Ophir lembra que outros memes aparentemente inofensivos, como o personagem Pepe the Frog, acabaram sendo apropriados por grupos extremistas. Ele alerta que o mesmo pode acontecer agora.
O fenômeno levanta a discussão sobre o impacto do excesso de conteúdo irrelevante nas redes e seus efeitos na formação das crianças e adolescentes.
No Brasil o assunto também gerou notícias, assista:
https://www.instagram.com/reel/DKVudorxjlK/
Redação Exbir Gospel
