O Grupo Cerco apresentaria a peça teatral “Puli-Pulá” em quatro sessões no Colégio Farroupilha, em Porto Alegre (RS), mas a direção da escola resolveu cancelar o espetáculo por considerar que a linguagem neutra usada na peça era imprópria para as crianças.
A única sessão foi apresentada no dia 29 de outubro, quando a direção percebeu que se tratava de uma apresentação que usava a linguagem sem gênero. Diante disso, as outras três sessões foram canceladas.
“Durante a primeira e única exibição, identificamos a utilização de termos não reconhecidos pela norma-padrão da nossa língua, o que consideramos inadequado, observando-se, ainda mais, a faixa etária de crianças em fase de alfabetização ou ainda não alfabetizadas. Em razão disso, as demais apresentações foram canceladas”, informa a nota da escola.
Para o Grupo Cerco, a decisão do Colégio Farroupilha é censura. A história sobre pular corda tenta mostrar que não há brincadeiras para meninos ou meninas, e diante desse roteiro, utilizam a linguagem neutra.
“As brincadeiras tradicionais como a corda são muito marcadas como brincadeira de menina. Então a gente questiona isso, e afirma não ter uma brincadeira de menina, especificamente de menino, e a quantidade de preconceito que gira em torno disso. Nesse guarda-chuva que nos fez optar por uma linguagem inclusiva, onde afirma que a brincadeira é para todes. De todas as idades, de todos os gêneros”, disse Elisa Heidrich, uma das integrantes do grupo teatral em entrevista ao G1 Rio Grande do Sul.
Fonte: Redação Exibir Gospel