O Conclave para a escolha do novo Papa terá início na próxima quarta-feira, 7 de maio, com a entrada dos cardeais eleitores na Capela Sistina, no Vaticano. A data foi definida na manhã desta segunda-feira (28/04), durante a quinta Congregação Geral, com a presença de cerca de 180 cardeais, sendo pouco mais de 100 com direito a voto.
A cerimônia começa com a tradicional expressão latina “Extra omnes” (“Fora todos”), dita pelo mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, para indicar que apenas os cardeais eleitores podem permanecer na Capela Sistina. A partir desse momento, os religiosos ficarão isolados até que um novo Papa seja escolhido. A eleição exige maioria qualificada de dois terços dos votos e pode durar dias, sem prazo definido para terminar.
Antes do início do Conclave, os cardeais participarão, na manhã do dia 7, da missa “pro eligendo Pontifice”, presidida pelo decano do Colégio Cardinalício. Na sequência, eles seguirão em procissão para a Capela Sistina, onde prestarão juramento e iniciarão as votações.
Serão quatro votações por dia: duas pela manhã e duas à tarde. Após a 33ª ou 34ª votação, caso não haja resultado, os dois mais votados disputarão um segundo turno, ainda com necessidade de dois terços dos votos. Quando um nome atingir esse número, será feita a pergunta em latim: “Acceptasne electionem de te canonice factam in Summum Pontificem?” Se o eleito aceitar, será questionado: “Quo nomine vis vocari?”, indicando o nome papal que adotará.
Participam do Conclave 135 cardeais com menos de 80 anos, incluindo 53 europeus, 37 americanos, 23 asiáticos, 18 africanos e 4 da Oceania. Pela primeira vez, nações como Haiti, Cabo Verde, Papua Nova Guiné, Suécia, Luxemburgo e Mianmar terão representantes nativos. O mais jovem é Mikola Bychok, de 45 anos, e o mais velho é Carlos Osoro Sierra, de 79.
Segundo a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, o Conclave deve começar entre o 15º e o 20º dia após a morte do Papa. O Papa Francisco, no entanto, já havia ampliado o número de cardeais além do limite de 120, o que foi confirmado como válido pela Congregação dos Cardeais. O cardeal Giovanni Angelo Becciu comunicou que não participará da votação, “tendo em vista o bem da Igreja”.
A Santa Sé pediu aos fiéis que acompanhem o momento em oração e discernimento. “Os cardeais, conscientes da responsabilidade a que são chamados, reconhecem a necessidade de serem sustentados pela oração de todos os fiéis”, destacou o comunicado oficial.
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