No começo de maio, evangélicos ligados ao campo progressista lançaram a cartilha “O mínimo que você (ainda) precisa saber sobre o movimento evangélico no Brasil”. A publicação foi distribuída a deputados federais e assessores da base governista para oferecer uma leitura mais complexa do universo evangélico brasileiro.
Assinada pelo pastor Sérgio Dusilek e pelo linguista Nataniel Gomes, professor da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, a cartilha reúne textos de especialistas em religião, história e comunicação. O objetivo é combater a visão simplificada e desinformada sobre os evangélicos.
O material reconhece que parte das igrejas evangélicas apoiou a ditadura militar e líderes autoritários, além de sofrer influência do fundamentalismo religioso dos Estados Unidos. Também chama atenção para o uso frequente de templos como palanques eleitorais.
Ao mesmo tempo, os autores destacam a diversidade interna do campo evangélico, citando exemplos como evangélicos ligados ao MST e lideranças negras das periferias que defendem pautas sociais. Mulheres são apontadas como agentes de resistência dentro de igrejas marcadas pelo patriarcado.
A cartilha circula nos bastidores do Congresso em um momento em que a esquerda busca reaproximar-se do eleitorado evangélico, após derrotas eleitorais nas periferias urbanas. Ela também está disponível ao público na Amazon.
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