Em Belém, cidade onde nasceu Jesus, apenas 10% da população se considera cristã. A informação consta no estudo conduzido pelo think tank israelense Jerusalem Center for Security and Foreign Affairs (JCFA).
A população cristã sob o controle da Autoridade Palestina (AP) e do Hamas tem diminuído drasticamente ao longo do último século. Dados indicam que, em 1922, os cristãos representavam 11% da população da Palestina geográfica. Esse percentual caiu para 1% em 2017, de acordo com censos realizados pela AP.
Em Belém, que era 86% cristã em 1950, a população cristã caiu para cerca de 10% em 2017. Membros da comunidade relatam frequentes casos de violência, intimidação e discriminação. Um líder protestante destacou: “Os cristãos se sentem desprotegidos devido à falha da polícia da AP em intervir em seu nome em confrontos com muçulmanos.”
Estudos recentes apontam que cristãos enfrentam dificuldades econômicas e perseguição religiosa. Em Gaza, onde o Hamas está no poder, a população cristã diminuiu de 5.000 pessoas antes de 2007 para apenas 1.000 em 2023. Muitos cristãos relatam desejo de emigrar, sendo essa intenção duas vezes maior entre eles do que entre os muçulmanos.
Além disso, ataques a igrejas, profanação de propriedades religiosas e restrições à liberdade de culto são comuns. Em 2022, por exemplo, uma igreja em Beit Sahour foi apedrejada por uma multidão, resultando em feridos. Episódios semelhantes são relatados em outras localidades, mas muitas vezes não são investigados ou divulgados pelas autoridades.
Os desafios enfrentados pelos cristãos palestinos incluem também discriminação no acesso à justiça e preconceitos no sistema legal. Segundo relatos, crimes contra cristãos muitas vezes não resultam em punição, perpetuando uma cultura de impunidade. Mulheres cristãs são especialmente vulneráveis a essas formas de discriminação.
A situação levantou preocupações sobre a sobrevivência do cristianismo em locais históricos como Belém, considerado o berço da religião. Autoridades religiosas cristãs denunciam que os convertidos ao cristianismo enfrentam ameaças e coerção para retornar ao islamismo, especialmente em Gaza.
Embora a AP e o Hamas apresentem abordagens diferentes em relação ao islamismo, cristãos sob ambos os governos relatam condições desafiadoras, que incluem perseguição religiosa, instabilidade socioeconômica e falta de proteção legal.
Redação Exibir Gospel
