Pastora, cantora e deputada federal / Foto: Reprodução
Dia após dia, mais informações são divulgadas pela mídia
sobre a morte do pastor Anderson do Carmo. A repercussão aumenta. O caso está
sendo investigado pela Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, no
Estado do Rio de Janeiro, onde muitos envolvidos já prestaram depoimento.
Flordelis, viúva do pastor e deputada federal (PSD-RJ), tem
sido atacada por alguns filhos em relatos que pouco a pouco vão sendo revelados
para o público. A trama traz um enredo de traição e mistério, um desafio para a
Polícia durante os 68 dias de investigações até esta sexta-feira (23).
Procurada pelo Pleno.News, Flordelis decidiu falar a
respeito dos últimos acontecimentos que envolvem seu nome como suspeita de ser
a “mentora do assassinato” e o que pensa sobre as acusações que vem sofrendo.
A cada dia, mais depoimentos revelados vão criando pressão sobre você, formando um cerco contra Flordelis. Você afirma que todas estas falas são mentira. Em sua opinião, por que tantos filhos estão comprometendo você?
Estes depoimentos já existiam. Apenas foram expostos agora
para a mídia. Mas já existiam. Não são tantos filhos que estão me
comprometendo. É que a proporção com que sai na mídia tem uma dimensão muito
maior. E dá a entender de que são muitos.
Você sempre foi ícone de família e de unidade com muitos filhos. Como você acha que será sua família após a resolução deste triste episódio? O que acha que poderá ser recuperado e o que será perdido?
Continuo acreditando na instituição chamada família. Depois
deste triste episódio, minha família continuará de pé. No passado, o que nos
uniu, além do amor, foi o sofrimento. Fui chamada de sequestradora, fui
humilhada, fui perseguida e virei até fugitiva. Mas Deus me deu vitória e não
será diferente agora.
Meu marido morreu. E isso é um fato. Infelizmente, ele não
voltará. Mas tudo o que construímos juntos permanece e irá permanecer. Enquanto
eu viver, irá permanecer. A justiça será feita. Eu creio nisso.
O que você tem feito em sua rotina como deputada federal? Quais são os seus planos como parlamentar?
Como deputada federal, vou continuar lutando pelo que
acredito. Lutando pelos menos favorecidos para que seus direitos sejam, de
fato, respeitados. O Rio de Janeiro está um caos. Mas existem muitos deputados
federais eleitos pelo povo do Rio que estão lutando. E acredito que o nosso
estado tem jeito. E no que depender de mim, vou continuar lutando.
Você disse que vai mudar da casa onde mora. Objetivamente, o que pretende fazer em termos de reorganização de moradia, cotidiano? E como vai administrar a boa convivência no seu lar?
Quero muito mudar de casa. Isso é um sonho. Quero muito
mesmo. Mas como vou administrar minha mudança, como vou administrar minha
família, isso só vou poder dizer depois porque não farei isso sozinha. Vou
fazer com todos os meus filhos juntos, ouvindo cada um deles.
Caso você seja intimada e presa, o que faria em prol de sua defesa e de seus filhos que estariam sozinhos?
Eu não acredito na minha prisão. Porque sou inocente.
Acredito no trabalho da Justiça e do meu advogado que está sendo orientado por
Deus e de todos os advogados que estão trabalhando comigo neste caso. Acredito
muito naquilo que eu canto. E tem uma canção que lancei no ano passado que diz:
“Eu sei que está doendo, mas Deus está vendo. Deus vai levantar você. Está luta
não vai fazer você parar. Vai passar”.
O caso
O pastor Anderson do Carmo foi assassinado na madrugada do
dia 16 de junho, na garagem de casa, em Pendotiba, Niterói (RJ). O laudo
mostrou 30 perfurações pelo corpo, a maior parte nas costas, peito e região da
virilha. Anderson era casado há 25 anos com Flordelis, pastora e deputada
federal pelo Rio de Janeiro. Sempre ao lado da esposa, ele atuava como
secretário-geral do PSD no Estado.
Dois filhos da pastora estão presos preventivamente, Lucas
dos Santos, de 18 anos, e Flávio dos Santos Rodrigues, de 38 anos. O mais velho
assumiu ter efetuado seis tiros. Lucas teria ajudado comprando a arma, mas não
estaria em casa no momento dos disparos. Os agentes ainda estão investigando os
pontos contraditórios.
Um terceiro filho teria afirmado, em depoimento, que não
ouviu discussão, barulho de carro ou moto em fuga. Que quando chegou na cena do
crime encontrou o irmão Flávio próximo ao pai, caído. Ele garantiu ainda que o
celular de Anderson, que está sumido, foi entregue a Flordelis.
Ainda em depoimento, o filho disse que o pastor já recebeu
uma mensagem com ameaça de morte e uma das irmãs ofereceu R$ 10 mil a Lucas
para que cometesse o crime. Flordelis e três filhas já teriam colocado remédios
na comida de Anderson, por isso, sua saúde estava debilitada.
*Fonte: Pleno.News