A co-presidente da Nicarágua, Rosario Murillo, anunciou na terça-feira (19) que o governo expropriou a Escola San José, administrada por religiosas da Congregação das Irmãs de São José há mais de quatro décadas. Segundo ela, o local teria sido usado para torturar apoiadores do regime durante os protestos de 2018, mas não foram apresentadas provas.
O governo informou que o prédio passará por reformas e será reaberto com outro nome, em homenagem a um líder sandinista. A unidade deverá atender cerca de 600 alunos, do jardim ao ensino médio, dentro da política de educação gratuita do país.
Murillo classificou a medida como “uma vitória pela paz” e disse que a transferência para o Estado representa o fim de um símbolo de “barbárie”.
A ação contra a escola se soma a outras medidas recentes do governo Ortega-Murillo. Em janeiro, propriedades de igrejas também foram tomadas, como o Seminário San Luis Gonzaga e o centro de retiro La Cartuja, em meio ao agravamento das tensões com a Santa Sé.
Desde os protestos de 2018, a liberdade religiosa tem sofrido restrições na Nicarágua. Líderes cristãos enfrentam expulsões, prisões e até perda de nacionalidade, além da proibição de atividades religiosas.
O país hoje ocupa a 30ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2025, que aponta os locais onde cristãos sofrem maior pressão por sua fé.
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