Dame Sarah Mullally foi nomeada nesta sexta-feira (6) como nova arcebispa designada de Canterbury, o cargo mais alto da Igreja da Inglaterra. Aos 63 anos, ela se torna a primeira mulher a assumir a função, que também a torna líder espiritual da Comunhão Anglicana no mundo.
Ex-chefe de enfermagem do sistema de saúde britânico, Sarah se tornou sacerdotisa em 2006 e foi nomeada bispa de Londres em 2018. Em seu primeiro discurso após o anúncio, condenou o ataque a uma sinagoga em Manchester na quinta-feira, afirmando que “ódio e racismo não podem nos dividir”.
A escolha ocorre após quase um ano de vacância do cargo, deixado por Justin Welby. Ele renunciou depois de um relatório que apontou falhas na forma como lidou com denúncias de abuso sexual dentro da Igreja. Durante esse período, o arcebispo de York, Stephen Cottrell, assumiu provisoriamente parte das funções.
A decisão final sobre o nome passou pelo primeiro-ministro Keir Starmer e foi confirmada pelo rei Charles III, seguindo a tradição. O monarca parabenizou a nova líder, destacando a importância do papel dentro e fora do Reino Unido.
Apesar da recepção positiva, grupos conservadores anglicanos criticaram a escolha, alegando que o episcopado deveria continuar restrito a homens. A nomeação só será oficializada em janeiro, com a confirmação da eleição e a cerimônia de entronização após o juramento diante do rei.
Sarah afirmou que pretende enfrentar os erros do passado em casos de abuso e reforçou o compromisso de aproximar a Igreja das comunidades. Mãe de dois filhos, destacou que sua trajetória como enfermeira e administradora pública a preparou para lidar com instituições complexas.
Para ela, o simbolismo de ser a primeira mulher no cargo abre horizontes: “Isso permite que jovens percebam que há espaço para sonhar e realizar seus projetos”, declarou.
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