A situação de perseguição aos cristãos no mundo está ainda pior
DA REDAÇÃO POR CRIS BELONI
Intolerância religiosa, extremismo em países islâmicos, pressões
governamentais e sociais sobre a religião. Estes são os principais motivos que aceleram o crescimento do número de cristãos perseguidos em todo o mundo.
De acordo com a Portas Abertas, nos últimos anos, as restrições, o assédio e a violência contra a igreja cristã têm aumentado globalmente. É cada vez maior o número de países onde os fieis experimentam os mais altos níveis de pressão e intolerância religiosa. Atualmente, são mais de 245 milhões de cristãos perseguidos.
A pressão e a hostilidade continuam altas no Oriente Médio e no Norte da África. Em Washington, nos Estados Unidos, representantes da Segunda Conferência Ministerial para o Avanço da Liberdade Religiosa, organizada pelo Departamento de Estado dos EUA, aprovaram uma declaração conjunta pedindo a revogação das leis anti-blasfêmia do Estado, que pretende proteger os cristãos de hostilidades e perseguições. Além disso, anunciou o lançamento do Fundo Internacional para a Liberdade Religiosa para prestar assistência rápida às vítimas de perseguição em todo o mundo.
Novas leis na China e no Vietnã buscam controlar toda a expressão da religião. No Norte e no Cinturão Médio da Nigéria, pelo menos 3.700 cristãos foram mortos por causa de sua fé – quase o dobro do número de um ano atrás (cerca de 2.000). Aldeias foram completamente abandonadas por cristãos forçados a fugir. Governos nacionalistas como a Índia e Mianmar continuam a negar a liberdade de religião para suas grandes minorias cristãs, enviando uma mensagem muito clara de que, para ser indiano, é preciso ser hindu ou, para ser birmanês, é preciso abraçar o budismo.
A extrema perseguição também chega às mãos de milícias islâmicas radicais, como no Egito, onde o Estado Islâmico no Sinai prometeu em 2017 “acabar” com a igreja cristã, bem como na Líbia, Somália e muitos outros países subsaarianos. O sudeste da Ásia tem visto suicidas na Indonésia atacarem três igrejas por dia.
No México e na Colômbia, a perseguição ocorre principalmente quando os líderes da igreja desafiam a corrupção e os cartéis de drogas. Venezuela, Cuba e Bolívia também estão entre os países da América Latina que perseguem cristãos, seja por ideais socialistas de seus governos ou pelo controle de traficantes, ou ainda por religiões tribais que proíbem e expulsam seus membros que se tornaram cristãos. Em sua última pesquisa
anual, a Lista Mundial da Perseguição de 2019 mostra que 73 países apresentaram níveis de perseguição extremos, severos ou altos. Um ano antes, eram 58.
Com a Índia em nível de perseguição “extremo” e a China em “severo”, duas das mais numerosas populações cristãs do mundo,essas nações enfrentam uma perseguição em larga escala, embora expressa de maneiras muito diferentes. “Temos evidências estatísticas para apoiar nossa experiência de que a perseguição está crescendo tanto em intensidade quanto no número de países e cristãos afetados”, disse Wybo Nicolai, que
criou a Lista Mundial da Perseguição na década de 1990 e agora é chefe de serviços externos da Portas Abertas Internacional. Segundo ele, a lista atual não altera as tendências dos últimos anos; mas é ainda pior do que no ano passado.