Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) concluíram que a religiosidade evangélica influencia a empregabilidade no Brasil, ampliando indicações para vagas, principalmente entre grupos minorizados. O estudo analisou 900 evangélicos em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.
O professor Jorge Alexandre Neves destaca que a relação entre protestantismo e economia é estudada há mais de um século. Segundo a pesquisa, a imagem de honestidade atribuída aos evangélicos reduz barreiras no mercado de trabalho, beneficiando negros e mulheres.
Silvio Salej, outro autor do estudo, ressalta que as igrejas funcionam como redes de indicação essenciais para populações de baixa renda. Ele aponta que o boca a boca ainda é um meio eficaz de conexão profissional, apesar do avanço das redes digitais.
Apesar das vantagens, os pesquisadores alertam que os trabalhos conseguidos dessa forma costumam ter baixa remuneração. Salej enfatiza que, sem avanços educacionais e econômicos, a religião por si só não garante melhores oportunidades.
Os especialistas sugerem que a religião seja incluída nos estudos sobre o mercado de trabalho. Segundo eles, com a mudança no perfil religioso da população brasileira, esse fator pode ser determinante na compreensão das dinâmicas de emprego no país. As informações são do jornal O Tempo.