Nesta semana, mais de 20 representantes de igrejas evangélicas da Nicarágua se reuniram nas instalações da Direção Geral de Receitas (DGI) para enfrentar o pagamento de multas arbitrárias que ultrapassam os 20 mil córdobas, conforme noticiado pelo 100% Noticias.
Os religiosos alegam que essas multas não têm base legal e que parecem ser parte de uma repressão crescente contra vozes dissidentes no país. Funcionários do Ministério do Interior informaram que, se as multas não forem pagas, as igrejas serão fechadas e seus bens confiscados. A denúncia foi feita por uma advogada e pesquisadora nicaraguense, que documenta a perseguição religiosa a católicos e evangélicos no país.
“El Ministerio está realizando cobros injustificados a las iglesias cristianas evangélicas. Las que se han visto obligadas a pagar a lo inmediato bajo la amenaza de ser confiscadas todas sus propiedades y también de abrirles algunos procesos penales”, afirmou a advogada ao 100% Noticias.
A situação gerou preocupação e indignação entre a comunidade evangélica nicaraguense, que vê nessas ações uma violação à liberdade religiosa e um ataque direto à sua fé. Segundo a advogada, mais de 20 denominações religiosas multadas tiveram que pagar valores superiores a vinte mil córdobas, deixando os pastores revoltados.
Ela também mencionou que as multas são baseadas em acusações infundadas e que os religiosos não tiveram a chance de se defender ou recorrer das decisões. “Quem vai sofrer mais é a população, os fiéis que eram atendidos através de projetos humanitários”, observou a advogada ao 100% Noticias.
A comunidade evangélica da Nicarágua expressou sua preocupação com o clima de intimidação e hostilidade no país. Segundo a advogada e pesquisadora, “isso faz parte da perseguição e repressão da ditadura sandinista contra a liberdade religiosa, deixando os pastores sem saída, pois, se se recusarem a pagar, terão suas propriedades confiscadas e os fiéis evangélicos perderão seus locais de culto”.
Nos últimos seis anos, foram registrados mais de 300 casos de fechamento de igrejas, cancelamento de personalidades jurídicas e detenção arbitrária de líderes religiosos. Apesar disso, em abril passado, o regime de Daniel Ortega e Rosario Murillo ordenou a líderes de pelo menos dez denominações evangélicas que emitissem comunicados afirmando que existe “plena liberdade” religiosa na Nicarágua, conforme relatado pelo 100% Noticias.
Redação Exibir Gospel