A erradicação da pobreza extrema continua a ser um desafio, em um mundo confrontado pelos crescentes desafios para o desenvolvimento, com mais de 700 milhões de pessoas vivendo, globalmente, com menos de US$ 1,90 (PPP) por dia e mais da metade da população global vivendo com menos de US$ 8,00 por dia.
A Agenda 2030 da ONU reconhece que a erradicação da pobreza, em todas as suas formas, é o maior desafio global para atingirmos o desenvolvimento sustentável, e a prioridade deve ser os mais pobres e vulneráveis: ninguém será deixado para trás (slogan da campanha sobre a meta 1 dos ODS)!
Antes da pandemia, havia 57 milhões de pessoas vivendo em insegurança alimentar no país, sem acesso pleno e permanente a alimentos; em abril de 2021, 116,8 milhões de pessoas passaram a viver em insegurança alimentar, sendo que 43,3 milhões não tem acesso aos alimentos em quantidade suficiente (insegurança alimentar moderada) e 19 milhões passam fome (insegurança alimentar grave), segundo pesquisa da Rede PENSSAN – Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.
A organização das categorias, regiões e políticas públicas direcionadas a esse fim é fundamental para facilitar a atuação em favor daqueles que mais precisam. Órgãos públicos competentes e designados para essa função devem atuar de maneira eficaz e efetiva sobre o problema. Contudo, até que isso aconteça, as entidades do Terceiro Setor têm sido mais ágeis em mobilizar recursos e socorrer essa parte da população.
“Os nossos agentes de campo ativamente entram em contato com as famílias no sertão do Piauí, em lugares muito distantes, de difícil acesso e muita necessidade. O trabalho de campo exerce o papel fundamental de colher as informações e realizar um atendimento direto da população que se enquadra nas categorias mais críticas. E não só isso, mas o atendimento psicossocial, o acompanhamento, o acolhimento daquelas famílias, o socorro mesmo”, conta o CEO do LIVRES, Clever Murilo Pires, que atuam em comunidades tradicionais vulneráveis no sertão piauiense.
O Relatório Luz 2021, produzido por entidades da sociedade civil, infelizmente apontou um retrocesso do Brasil no grau de implementação dos objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS) no país. Das 169 metas, 54,4% estão em retrocesso, 16% estagnadas, 12,4% ameaçadas e 7,7% mostram progresso insuficiente.
As ações e projetos do LIVRES cooperam diretamente para algumas das metas dos Objetivos Sustentáveis da ONU, como garantir uma mobilização significativa de recursos a partir de uma variedade de fontes, inclusive por meio do reforço da cooperação para o desenvolvimento, de forma a proporcionar meios adequados e previsíveis para acabar com a pobreza; construir a resiliência dos pobres e daqueles em situação de vulnerabilidade, reduzindo a exposição e vulnerabilidade destes a eventos extremos relacionados com o clima e outros choques e desastres econômicos, sociais e ambientais; e garantir que todos os homens e mulheres, particularmente os pobres e vulneráveis, tenham direitos iguais aos recursos econômicos, bem como acesso a serviços básicos.
No Piauí, segundo dados recentes do IBGE, 248 mil pessoas sobrevivem com até R$ 89 mensais e um contingente de 1,4 milhão – dos 3 milhões de habitantes – vive na condição de pobreza no estado. São 1,4 milhão de pessoas vivendo com menos de R$ 436 mensais, ou US$ 5,5 por dia, conforme os parâmetros do Banco Mundial para definir a condição de pobreza. Ou seja, quase metade da população do estado vivem em condições extremamente precárias.
“Não podemos fechar nossos olhos para esses dados. Nós, enquanto cidadãos, enquanto sujeitos coletivos, precisamos no unir, nos mobilizar e sermos solidários com essas pessoas. No Piauí, a questão vai muito além porque o acesso aos direitos básicos, como educação, saúde e trabalho são limitados. Há um elevado índice de analfabetismo que impacta nas formas de trabalho, que são prejudicadas também pela falta de água.”, reitera o CEO.
A maioria que vive na região rural, sobrevive da agricultura familiar, afetada pelas constantes secas. “É um ciclo vicioso de miséria. Entretanto, o setor privado, conjuntamente com o terceiro setor, também pode fazer muito pela inclusão produtiva da parte mais pobre da sociedade.”, afirma Clever.
O LIVRES atua no sertão com diversos parceiros nos seus projetos que tanto assistem as famílias nas necessidades físicas, de forma emergencial, quanto busca promover condições de transformação social local, viabilizando acesso à água potável, a projetos de soberania alimentar e agricultura na região e acompanhamento sociohumanitário das famílias.
“O apoio e parceria de várias empresas e movimentos durante a pandemia foi fundamental para que conseguíssemos mobilizar recursos para ajudar as famílias no sertão. Movimentos como o Família apoia Família, que reuniu empresas como Grupo UOL, Instituto Galo da Manhã, Instituto ACP, a Bolsa de Valores B3 Social, a Retornar, o Método IP, a FortLEV e muitos outros foram essenciais para que mantivéssemos e ampliássemos nossa atuação na região”, comenta o gestor do LIVRES.
Renata Rosa – Assessoria de Imprensa
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