A juíza Karen Rick Danilevicz Bertoncello, da 13ª Vara Cível de Porto Alegre, negou nesta sexta-feira (29) o pedido de anulação de doações feitas por Andressa Urach a uma igreja evangélica. A influenciadora alegava ter sido “compelida moralmente” a doar mais de R$ 2 milhões em dinheiro e bens após se converter à fé durante um período de fragilidade emocional.
Segundo os autos, Urach se submeteu a uma cirurgia que agravou seu estado de saúde. Durante a recuperação, recebeu visitas de pastores no hospital, se converteu e passou a frequentar os cultos. Depois, afirmou que as doações lhe causaram “ruína financeira” e que, ao deixar de contribuir, foi tratada de forma diferente pela congregação.
A igreja, por sua vez, sustentou que as doações foram voluntárias e que não há relação entre os valores doados e a situação financeira da influenciadora. Em sua decisão, a juíza destacou que, para caracterizar coação, é necessário que haja ameaça de dano iminente e considerável à pessoa, à família ou aos bens, o que não foi comprovado.
“Os elementos colhidos mostram que Urach aderiu de forma consciente e convicta à fé e à doutrina pregadas pela ré. Sua participação ativa e o relato de sua conversão em autobiografia indicam adesão voluntária e refletida, e não submissão cega ou coação”, escreveu a magistrada.
Com base nisso, a juíza rejeitou tanto o pedido de anulação das doações quanto a solicitação de indenização por danos morais. Os advogados Luiz Fernando Cabral Ricciarelli e Cibele Amanda Prade atuaram em favor da igreja.
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