De acordo com a juíza responsável pelo caso, o pedido não apresentou as devidas justificativas e não houve fundamentação da relevância de tais informações
A Justiça do Rio negou o pedido de quebra do sigilo bancário da ex-deputada federal Flordelis, do pastor Anderson do Carmo e da Igreja Ministério Flordelis. O pedido foi formulado pela assistência de acusação que investiga a morte de Anderson, executado a tiros em junho de 2019 . A decisão foi da juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói.
De acordo com a juíza, a assistência de acusação não apresentou as devidas justificativas para o pedido e não houve fundamentação da relevância que tais informações teriam dentro do contexto do processo.
“Considerado não ter restado devidamente justificada e fundamentada sua relevância no contexto dos autos, ou a necessidade do pedido”, explicou a magistrada.
Em janeiro deste ano, a defesa de Flordelis, presa desde agosto de 2021, sofreu uma derrota após ter a solicitação de um recurso especial para mudar a decisão da 2ª Câmara Criminal do Rio negada . Na decisão, o desembargador disse que “para a modificação da conclusão a que chegou o Colegiado, seria necessário o reexame dos fatos e provas produzidos no processo, o que não é permitido às instâncias superiores, que atuam apreciando apenas questões de direito infraconstitucional e/ou constitucional”.
Com a nova derrota, a ex-parlamentar e outras dez pessoas, incluindo sete de seus filhos, devem seguir aguardando pela definição de uma data para serem julgados em júri popular por envolvimento no assassinato do pastor Anderson do Carmo.
Relembre o caso
O pastor Anderson do Carmo, de 42 anos, marido da então deputada federal e também pastora, Flordelis, foi morto a tiros, na madrugada de 16 de junho de 2019 , em casa, no município de Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Na ocasião, Flordelis chegou a dizer que ele havia morrido tentando defender a família de criminosos.
Entretanto, as investigações apontaram a pastora como a mandante do crime , que teria sido motivado porque Anderson controlava rigorosamente as finanças da família e não permitia tratamento privilegiado das pessoas mais próximas à ex-parlamentar.
Por conta da denúncia, em agosto de 2021, a Câmara dos Deputados cassou o mandato de Flordelis por quebra de decoro parlamentar, por ela ter usado seu mandato para coagir testemunhas e ocultar provas do processo. Dois dias depois, ela foi presa e responde por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada. Antes, quando tinha imunidade parlamentar, ela era monitorada por tornozeleira eletrônica.
Dos 55 filhos biológicos e adotivos da pastora, sete estão envolvidos no crime. Adriano dos Santos Rodrigues, André Luiz de Oliveira, Carlos Ubiraci Francisco da Silva, Flávio dos Santos Rodrigues, Lucas Cezar dos Santos de Souza, Marzy Teixeira da Silva e Simone dos Santos Rodrigues estão presos. Além dos filhos, a neta Rayane dos Santos Oliveira, o ex-policial militar Marcos Siqueira Costa e sua esposa, Andrea Santos Maia, também estão presos por participação no caso.
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