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No Canadá, crucifixo será retirado de repartição pública para declarar “secularismo”
Por Cris Beloni
Na semana passada, foi anunciada a retirada de um crucifixo da câmara municipal de Montreal, em Quebec, no Canadá. A iniciativa de políticos canadenses visa “reafirmar o caráter secular do prédio do governo”.
Segundo a vereadora Laurence Lavigne-Lalonde “o crucifixo foi instalado numa era completamente diferente da que vivemos hoje”, disse durante uma reunião do conselho executivo.
“Agora vivemos numa sociedade que ‘evoluiu’ e é representada por instituições democráticas, que devem ser seculares, neutras e abertas a todos os cidadãos”, afirmou. “O contexto em que ele foi colocado não existe mais. Precisamos reafirmar o caráter secular da câmara”, continuou.
De acordo com o Christian Post, durante o período aproximado de 80 anos, esse crucifixo serviu como um lembrete para os políticos garantirem que suas decisões estavam sendo guiadas por Deus.
Crucifixo vai para museu
Segundo a pessoa responsável pela reforma que vai durar três anos, o crucifixo ficará exposto num museu que está sendo planejado para fazer parte do prédio. A previsão é que tudo fique pronto em 2022.
A prefeita Valeria Plante também argumentou que a cruz não precisa estar localizada numa instituição secular como o Conselho Municipal. “Esse é um lugar onde tomamos decisões e essa cruz foi colocada para o apoio nessas decisões. Mas acho que vivemos um momento diferente agora”, disse.
“Para mim, há uma forte distinção entre o secularismo individual e institucional”, justificou. E finalizou confirmando que a prefeitura apenas está reconhecendo o papel do secularismo na instituição.
Quebec era uma das regiões do Canadá reconhecida por sua herança religiosa. A igreja católica em Montreal rebateu dizendo que o crucifixo é símbolo das raízes da cidade e “representa o amor de Deus por toda a humanidade”.