Considerada uma das suas maiores promessas de campanha, a transferência da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, em Israel, já não é mais uma decisão certa do presidente Jair Bolsonaro.
Durante uma reunião com jornalistas na semana passada, poucas horas antes de se encontrar com o presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, Bolsonaro explicou que a transferência da embaixada brasileira para Jerusalém não é uma prioridade para este momento.
Ao que parece, a razão disso é porque o governo estuda como será o impacto dessa transferência na relação comercial brasileira com os países árabes, que juntos são os maiores importadores de proteína animal do país.
A transferência da embaixada para Jerusalém significa o reconhecimento do governo brasileiro do que, para Israel, é a sua verdadeira capital, algo ainda não reconhecido pela Organização das Nações Unidas, muito menos pelos palestinos, que reivindicam o setor oriental da cidade para a formação do seu Estado.
Contradição ou ganho de tempo?
A postura do presidente Jair Bolsonaro sobre esse tema, no entanto, parecia certa há apenas dois meses. Na ocasião da visita histórica do primeiro-ministro israelense ao Brasil, para a posse do presidente, Benjamin Netanyahu falou, segundo o G1:
“Bolsonaro me disse que era questão de ‘quando, não de se’ ele vai transferir a embaixada para Jerusalém”.
A declaração do primeiro-ministro indica que o adiamento da transferência da embaixada atualmente pode ser apenas uma forma do governo ganhar tempo para resolver o impasse com os árabes, ou mesmo consolidar novas parcerias comerciais que venham equilibrar a balança econômica para amenizar seus impactos.
Este cenário pode mudar com a visita que Jair Bolsonaro fará a Israel entre 31 de março e 4 de abril, restando poucos dias para as eleições em que o primeiro-ministro israelense também disputa a reeleição, em 9 de abril.
É possível que a formação de novas parcerias comerciais durante o encontro fortaleça a decisão de transferir a embaixada, e que o presidente brasileiro retorne ao Brasil já com uma data marcada para esse acontecimento.
*Com informações do R7.